Raríssimo escrever sobre curtas aqui mas esse não dá pra passar.
Nimic é o mais recente filme do grego mais surreal do cinema atual, nosso preferido Yorgos Lanthimos.
Dizer que o filme é bem doido seria minimizá-lo, mas que é bem doido, ô se é.
Em Nimic, Matt Dillon (que vem se mostrandoo o queridinho dos diretores doidos europeus e eu não os culpo) é um cara casado, com 3 filhos, toca violoncelo em uma orquestra, cara bem normalzão.
Um dia, depois de tomar café da manhã com sua esposa calada e sua prole linda, vai trabalhar e na volta para casa, tem uma “interação” com uma jovem no metrô e tudo vira de cabeça para baixo.
O filme de 12 minutos que está disponível no Mubi deveria ter mais umas 2 horas de história pelo menos porque o que assisti me deixou sem chão.
O filme funciona com regras próprias, vindas sei lá de que canto do cérebro do grego e quando a gente acha que está entendendo o que ele nos mostra, já era.
O surrealismo pra mim sempre foi uma paixão.
Avassaladora quando entendi que era o que Dali e Magrite faziam, amor incondicional quando entendi que era o que Buñuel fazia e cérebro explodido depois de ler Breton e patota.
Uma coisa que eu acho graça é quando as pessoas ficam impressionadas com uma coisa ou uma situação e soltam um “surreal” de espanto.
Geralmente esse adjetivo está bem errado, o que elas queriam dizer é meio que um “hiper real”, porque geralmente falam isso sobre alguma coisa maior do que esperavam que fosse, para o bem ou para o mal.
Surreal é quando a realidade funciona como que num sonho, quando os padrões a que estamos acostumados são totalmente re arranjados e re imaginados de formas não “reais”, mas com uma lógica própria e em princípio sem sentido para o nosso “normal”.
(adoro escrever com aspas, desculpem)
Nimic é surreal na veia.
Filme de 12 minutos que diz e mostra muito ais que esse monte de porcaria de mais de 2 horas que temos visto ultimamente.
Aula de direção e de roteiro, com elenco totalmente afinado para contar uma historinha besta porém, SURREAL, cara!
Que neste caso, é surreal mesmo.
NOTA:
Resenha em 30 segundos ou menos:
Trailer: