Dara de Jasenovac é o filme da Sérvia que tentou uma vaga para concorrer ao Oscar Internacional em 2021.
Mais uma vez escrevo: como sabemos, o filme não foi finalista, nem semi finalista e não por menos.
O filme é um horror.
Não horror de ruim, veja bem.
Dara de Jasenovac é muito bem escrito, bem dirigido, bem fotografado mas filosoficamente o filme é um horror.
Eu demorei 3 dias para conseguir chegar ao final desse drama histórico baseado em fatos reais.
Jasenovac foi o nome de um dos únicos campos de concentração existentes durante a Segunda Guerra Mundial fora dos limites alemães.
Neste caso, na Croácia, onde as forças armadas de lá prenderam não só judeus e “romans”, os então ciganos, mas também os sérvios.
A Dara do título foi uma menina sérvia presa no campo, junto com toda sua família, que tem que cuidar do seu irmão de 1 ano de idade enquanto sua mãe é escravizada, trabalhando todos os dias o dia inteiro para não morrer e não deixar sozinhos os que sobraram de sua família.
E Dara ainda acaba cuidando de todas as outras crianças em sua “cela”, já que várias outras crianças lá ficam enquanto suas mães saem para trabalhar sob o chicote dos fascistas croatas.
Mas antes de chegar ao campo de concentração, Dara pelo caminho ao matadouro, vai presenciando pessoas próximas serem friamente mortas à queima roupa por motivos torpes.
E essas imagens vão sendo gravadas nas pupilas da menina fazendo com que sua alma e mesmo seu corpo sofram e cresçam e morram ao mesmo tempo.
O problema do filme sérvio é, ao meu ver, a glamurazição da morte e do sofrimento, o que se pode chamar de “nazi porn” ou de “pornô nazista”.
Explico.
O pornô estetiza, glamuriza (para o bem e para o mal) e extrapola o sexo e o eleva a outros níveis.
Essa é um referência usada nas artes em geral e neste caso, o pornô nazista, é quando alguém, no caso o diretor e produtores deste filme, estetizam, “glamurizam” e extrapolam a violência e a barbárie nazista no caso e na veia croata.
O filme é uma sequência horrenda de mortes, violência física, abuso de todo tipo, para contar a história de uma menina de 10 anos de idade que tenta sobreviver os horrores de um campo de concentração e de extermínio, claro.
Vou comparar esse filme com um sucesso internacional, inclusive vencendo Oscar Internacional, o húngaro O Filho de Saul, que também se passa em um campo de concentração onde pai tenta “proteger” seu filho pequeno em meio ao horror (da vida real), onde não vemos um close de morte, de violência, de sangue espirrando na câmera.
As escolhas estéticas de Dara de Jasenovac fazem com que o filme seja quase inassistível (desculpe-me o neologismo besta) e entre na minha lista de filmes mais cruéis e mais baixos da história do cinema.
NOTA:
30 segundos:
Trailer: