Meu Pai é um horror.
Não, não, pera.
O filme novo do Anthony Hopkins e da Olivia Colman é maravilhoso, um dos melhores dos últimos tempos.
Mas todo mundo diz que é um drama sobre um homem com demência e sua filha tentando conseguir uma cuidadora para ele porque ela vai se mudar para Paris.
Mas Meu Pai não é um drama.
A história é essa mesma e não tem absolutamente mais nada que precise ser dito sobre tal.
O que precisa ser dito por mim é que esse pseudo drama é na verdade o horror da vida real, uma história que parece banal, que parece um drama de uma mulher sofrendo por tentar dar algum tipo de suporte para seu pai idoso em processo de deterioração emocional (esse termo é meu, desculpem-me os especialistas).
Meu Pai, se eu for mais radical, são dois filmes de horror diferentes em um só, já que o que passa a filha Olivia Colman é bem diferente do que passa o pai Anthony Hopkins.
O roteiro escrito pelo autor e diretor Florian Zeller, um autor teatral francês de muito sucesso que adapta a própria peça para sua estreia no cinema, é perfeito.
O que vemos na tela é uma construção intrincada de uma precisão em um jogo de espelhos como há muito não visto no cinema.
Meu Pai começa como um draminha e vai aos poucos parecendo um suspense noir de personagens que vão se mostrando diferentes do que vimos no início mas que na verdade são como monstros que vão despertando aos pouquinhos a partir de situações inesperadas, apesar de totalmente programadas.
Complicado?
Como disse ali acima, não queria falar nada do filme, não queria contar nada que acontece porque, apesar do trailer abaixo ser ótimo, o filme é uma surpresa só.
A melhor possível.
NOTA: