Supernova é a explosão poderosa e luminosa que ocorre nos últimos estágios evolutivos de uma estrela.
Meio que a morte de uma estrela, que explode maravilhosamente mandando suas partículas, seu “pó”, por todo o universo, o que faria parte de nossa criação, da criação de todos os seres vivos e não vivos inclusive da Terra.
Supernova, o filme, é sobre não conseguir dizer adeus, mesmo que a explosão poderosa da estrela seja iminente, aquela única certeza da vida ser a morte.
Tusker e Sam estão casados a mais de 30 anos e fazem uma viagem pelo interior da Inglaterra em um motor home.
Sam (Colin Firth) é inglês, um pianista renomado, sóbrio e em princípio bem preocupado, bem tenso.
Tusker (Stanley Tucci) é americano, um escritor de bastante sucesso como seu marido, com quem vive desde que “atravessou o lago”, como eles costumam dizer.
Essa viagem que eles fazem é meio que para relaxarem e se entrosarem mais ainda já que Tusker está começando a sofrer de algum tipo de demência, quando já da ares de esquecimento e de não saber exatamente o que está fazendo. Poderia ser o início do Alzheimer mas ao que parece é alguma coisa ainda pior.
Em seu carro, através de paisagens tipicamente inglesas (que sempre me deixam absolutamente feliz) com estradas estreitas, ladeadas de muros baixinhos de pedras escuras que cortam montanhas e vales, o casal tenta chegar a conclusões em discussões acaloradas sobre o futuro próximo.
Supernova é (mais) um filme de casal discutindo relação, mas não se deixe enganar.
Supernova é o extremo oposto do engodo que é Malcolm e Marie da Netflix, por exemplo, aquela bobagem onde o casal jovem discute, grita, se agride e não chega a lugar nenhum.
Supernova é um filme de um casal discutindo o tempo todo sobre um único assunto, a explosão da supernova que é Tusker, o quanto suas partículas vai viver em todos os que o rodeiam mas principalmente o quanto isso vai influir na vida de Sam e de como ele quer estar ao lado de seu marido até o final.
O filme é provavelmente a história de amor mais triste dos últimos tempos mas também a mais profunda, a maior prova de que o amor verdadeiro é aquele que supera tudo.
E não se engane de novo porque, apesar da tristeza toda, Supernova não é o filme para se acabar de chorar.
A direção de Harry Macqueen a partir de seu próprio roteiro é delicada mas peca pelo excesso de, na minha opinião, amor por seus atores.
Deve ser difícil cortar cenas protagonizadas por esses 2 monstros que se entregaram totalmente a esse filme.
NOTA: