Synchronic é um dos filmes que eu mais estava ansioso pra assistir ultimamente.
É a última loucurinha dos diretores Justin Benson e Aaron Moorhead, criadores de um dos meus preferidos dos últimos anos O Culto.
Com a expectativa lá em cima, confesso que Synchronic me decepcionou um pouco, apesar de não ser um filme ruim, muito pelo contrário.
A premissa e a realização do roteiro tão loucão são quase perfeitas.
Dennis e Steve são 2 amigos de muitos e muitos anos que trabalham juntos como paramédicos.
Dennis é o cara casado, com uma filha de 18 anos e um filho recém nascido, a esposa ideal, vida boa.
Steve é o solteirão, bonitão, que em princípio tem a vida que todo homem com 40 e poucos anos de idade quer.
Eles trabalham muito bem juntos, são muito próximos e se ajudam bastante, principalmente quando começam a receber chamados de casos extremos de overdose de uma droga nova, onde as pessoas que sobrevivem não sabem exatamente o que aconteceu com elas durante a loucura e quem não teve tanta sorte, acaba bem detonado e destroçado.
Eles começam a tentar entender o que está se passando pela cidade até que a filha mais velha de Dennis some, desaparece literalmente depois de usar a droga, segunda sua amiga que sobreviveu.
Nesse meio tempo Steve descobre que tem um tumor inoperável e raro no cérebro, o que lhe dá uma pseudo vantagem para tentar encontrar Brianna, a filha sumida de seu melhor amigo, já que ele se encontra por acaso com o criador da tal droga que lhe explica o que acontece com as pessoas quando a usam.
Daí começa a doideira maravilhosa do filme.
E a forma que os diretores não só a contam, mas também como a filmam é de se tirar o chapéu.
Synchronic é uma ficção científica dentro de uma bad trip psicodélica pesada e isso leva a direção do filme a escolhas bem peculiares e bem certeiras, em detalhes que em princípio são quase imperceptíveis na edição ou em um corte de cena mais ousado, que entregam a viagem toda como deveria ser feito.
O único problema do filme pra mim, o que talvez nem seja tanto problema, é que tem muito cara de drama quase pasteurizado, ao invés de ter uma atmosfera mais densa como eu imagino que seria mais propícia a toda história.
O que eu quero dizer é que Synchronic acaba tendo uma vibe mais Terrence Malick e A Árvore da Vida do Aronofsky do que os próprios filmes dos diretores ou mesmo um Mandy da vida.
Um detalhe importante nisso tudo é que Synchronic é estrelado por 2 atores bem badalados de Hollywood.
Dennis, o pai é vivido pelo irlandês Jamie Dornan (e eu não acredito que já postei aqui 2 filmes com esse cara em 2021) e Steve é vivido pelo ótimo Anthony Mackie.`
Talvez se eles continuassem mais “indies” o filme teria saído bem diferente. Mas eu torço pelos diretores e espero que os próximos deles sejam mais doidos ainda e que tenham no elenco gente mais conhecida ainda.
NOTA: