Pela primeira vez no #1filmepordia do Já Viu? eu vou falar de 2 vez no mesmo post.
Limiar e Sempre Amber, ambos em cartas no Mix Brasil, poderiam ser filmes irmãos, mas acabam sendo meio que primos distantes.
Ambos os documentários tem o mesmo tema, adolescentes trans.
Eu assisti os 2 de uma só tacada, sem me dar conta das semelhanças, que as fui percebendo a partir mesmo de suas diferenças.
Limiar é um documentário feito no interior de São Paulo, Sempre Amber na Suécia.
Limiar conta a história do filho de sua diretora Coraci Ruiz, Sempre Amber conta a história de Amber, adolescente queer que vive em um mundinho de sonho.
Apesar dessas semelhanças, os filmes não poderiam ser mais diferentes.
Limiar fala mais de Cora do que de seu filho propriamente dito.
Cora conta sua história, fala de seus casamentos, de gravidez, de vida alternativa. Fala muito de sua mãe, de como ela mesma teve uma vida mais alternativa nos anos 1970, de como Cora nasceu em uma comunidade e de como tudo isso não preparou Cora para passar pelas dúvidas que surgiram quando da transição de seu filho.
Sempre Amber é o extremo oposto, onde 2 diretoras deram a Amber e a seu pequeno grupo de amizade, câmeras onde todo mundo registrasse o seu dia a dia, suas incertezas, sua dúvidas mas como vemos no filme, principalmente suas certezas e suas lutas para que esse grupo fosse respeitado.
O que eu não esperava é que saísse da história de Amber uma historinha de amor, meio que um triângulo amoroso de 2020.
Ao ver o filme e enxergar como essa molecada vive e se comporta e como é forte e decidida, fiquei muito (bem) impressionado como uma história de amor tão antiga quanto o tempo, desestrutura até mesmo quem já vive num futuro hoje em dia.
E se Amber e sua patota (essa foi de propósito, pra mostrar o quanto eu sou ancião) vivem no futuro, Coraci mostra em Limiar que viver um pouco no passado é necessário para entender o futuro agora mesmo.
Visto por olhos mais experientes, a mão do jovem trans, Limiar nos ensina que a história é fundamental. Sempre.
Já pela ótica de Amber, a conclusão que chego é que a força e a certeza da adolescência são fundamentais para que o presente não seja coo planejamos no passado mas sim, como um futuro que não esperávamos.
Que bom.
LIMIAR, NOTA:
SEMPRE AMBER, NOTA: 1/2