O austríaco O Chão Sob Meus Pés é um dos filmes mais incensados lançado nessa época pandêmica.
E não é por menos.
A história da mulher que “se perde” no seu dia a dia de realidade com algum possível delírio esquisofrênico, ou não, é das coisas mais legais para se assistir em dias que a gente mesmo se perde sem saber mais que diz da semana estamos, muitas vezes.
A diferença é que muitos estamos trancados em casa, enquanto Lola vive sua rotina de casa, trabalho, trabalho casa.
O Chão Sob Meus Pés parece ser um drama como outro qualquer onde a personagem principal é uma workaholic, tem um romance com sua chefe, viaja muito a trabalho e tem que cuidar de sua irmã com problemas psiquiátricos.
A vida de Lola que seria agitada e estressada, aos poucos vai se tornando uma história bem estranha, cheia de nuances persecutórias, de detalhes delirantes, de idas e vindas sem ir nem vir e o melhor (ou pior, depende do ponto de vista), sem parecer um filme “afetado”, cheio de maneirismos estilísticos.
A gente assiste o drama mais estranho da temporada, com a personagem mais atordoada do ano e o filme vai nos causando bem devagarzinho um mal estar que quando me dei conta, minha cabeça estava quase explodindo.
Difícil de acontecer com um drama “tranquilo”.
A diretora Marie Kreutzer chegou perto da perfeição com sua sutileza estilística e o melhor, sua parcimônia como contadora de história.
E claro que com a ajuda de uma atriz incrível, Valerie Pachner, que em momento algum de um filme tão cheio de camadas, me fez não acreditar no que ela estava passando nessa história bizarrinha e profunda, como deveria mesmo ser.
NOTA: 1/2