William é um filme que teria grandes chances de funcionar porque tem uma ideia boa, um elenco bom, locações lindaças e só.
William é um jovem que foi gerado a partir da DNA de neandertais encontrados por seus “pais” cientistas em um sítio arqueológico.
O filme conta a história de crescimento do menino que seria das cavernas mas que hoje mora em uma maravilhosa casa de vidro e vive em meio a uma universidade de ponta.
Mas seus pais geniais estão se divorciando e William, como todo jovemnão sabe lidar com isso. Ainda mais com seus dados ancestrais tão proeminentes e que o diretor faz questão de frisar o filme inteiro, parecendo que ele tem mais memória ancestral que o resto dos humanos “normais” que estão à sua volta.
William é desproporcional em relação aos garotos de sua idade: é maior, mais forte, mais peludo, mais bruto e com menos sensibilidade em geral.
E parece que o diretor também tenha algumas dessas características, principalmente a falta de tato e sensibilidade.
Cadê o instagram do cara? Cadê ele, sendo inteligente e forte, se dando bem na escola? Cadê o gênio dos pais e a força neandertal sendo a grande coisa do jovem? Cadê a modernidade versus o ancestral? Apesar dele morar numa cidadezinha que parece dos vampiros do Crepúsculo, lá era mais relevante que esse fim de mundo sem comunicação que mora William.
E pior: tudo no filme é muito explícito, muito dito e explicado, como se um narrador invisível nos explicasse exatamente tudo o que acontece o tempo inteiro em nossa cara.
Sem necessidade.
NOTA: 1/2