Hala é uma menina muçulmana prestes a terminar a escola e começar a universidade.
Ela é skatista, mora num subúrbio americano qualquer, quer ter uma vida normal mas seus pais nem tanto, já que saíram do Paquistão e tentam viver nos EUA como se vivessem ainda por lá.
Sua mãe super protetora, que nem inglês direito fala, mal admite que ela vá a uma escola com meninos na mesma sala ou que ela vá à pista de skate sozinha.
O pai já mais “americanizado”, tenta entender o dia a dia da filha mas até a página 2.
Quanto mais os dias passam mais Hala sente que o hijab que usa, os freios colocados por seus pais só a atrasam.
Ela escreve poesia, gosta de um loirinho que também gosta dela, enquanto seus pais já estão preparando um casamento para ela.
E quando Hala pira, ela corre.
Sai de casa, de saco cheio e corre até parar, sem pensar.
Hala, o filme escrito e dirigido por Minhal Baig é de uma belezinha pouco vista mesmo nos indies americanos.
Todo feito em locações, com luz quase natural, só não parece um documentário porque seus personagens são melhores que pessoas reais, mais profundos, mais interessantes.
Hala é daquelas meninas que a gente não vai esquecer tão cedo, por tudo de certo que tenta fazer e também pelas bobagens que uma menina de 17 anos do subúrbio ainda faz.
E o mais interessante é que ela não parece uma menina de 17 anos com texto e atitude de mulher de 30, como a gente vê normalmente em filmes onde a roteirista quer falar pela boca da personagem mas não consegue fazer o texto crível para isso.
Hala sofre, chora, beija, sorri, abraça, briga e corre.
Corre para uma vida onde almeja não mais correr, só caminhar de cabeça erguida e sorriso nos lábios, tudo isso com uma performance de tirar o chapéu para a jovem atriz Geraldine Viswanathan.
NOTA: