Eu adoraria entender como um diretor como Richard Linklater (que não é dos geniais, mas no mínimo já fez o maravilhoso Boyhood e a trilogia do Antes do Amanhecer) faz um filme tão mal dirigido e tão sem graça como esse Cadê Você, Bernadette?
Pior: eu nunca vi a Cate Blanchet tão mal dirigida e com um sotaque tão porcaria como nesse filme.
Aliás, essa é uma prova que até uma atriz do nível dela, quando má dirigida não entrega o que poderia.
O filme é baseado num livro de sucesso, sobre uma arquiteta super famosa e inovadora que decide largar tudo e cuidar da família após o nascimento conturbado da filha.
Ela começa a sofrer de algum tipo de depressão e de agorafobia, não consegue socializar, não tem paciência com o mundo e vive em um casarão onde vemos que está sendo reformado ao mesmo tempo que já vemos focos de decoração e restauração com toques de gênio.
Aos poucos vamos descobrindo essa história bem conturbada da arquiteta (Blanchett) e como ela chegou a esse nível de estresse e estranheza que vive hoje em dia.
O filme é uma comédia com pitadas dramáticas e na minha opinião deveria ser o contrário.
O filme se perde por ter uma personagem que está prestes a ser uma caricatura ruim, vivida por uma ótima atriz mal dirigida.
A história e o roteiro são tão bizarros e estúpidos que eu não acreditava o que eu ia vendo.
O filme tem até um momento de espionagem tão, mas tão idiota que parecia que o filme tinha participação especial do Didi Mocó.
Pra piorar, essa sub historinha de espionagem só atrapalha o andamento da história que poderia ter sido resolvida de várias outras maneiras muito mais interessantes que essa patetice.
O título do filme tem a ver com o “sumiço” da arquiteta Bernadette depois de ter sido “hackeada” nessa parada de espionagem. E daí o filme vai por um caminho sem volta de falta de imaginação travestida de “ideia genial” que, juro, fiquei com vergonha de estar assistindo.
Troféu fundo do poço pro Linklater.
NOTA: 1/2