Resolvi dar 2 dias de descanso aos filmões da Mostra de SP e vou falar hoje de um filme que acabou de estrear na Netflix, American Son.
Final de semana, chuva, friozinho, Netflix, FUJA desse filme.
Depois de um filmaço, do Eddie Murphy, e outro legalzinho, o do Rei, a Netflix voltou à velha forma (ruim) e lança um projeto meio bizarro da estrela da tv americana, Kerry Washington.
O filme é baseado em uma peça de sucesso da Broadway de mesmo nome e foi escrito pelo próprio autor da peça.
Que deveria fazer um curso de roteiro para cinema, antes de escrever outro filme.
O filme, como a peça, se passa inteiro na sala de espera de uma delegacia onde quatro personagens estão em busca de informações de um garoto desaparecido.
O filme começa com a mãe dele (Kerry) desesperada procurando informações sobre o filho que não dá notícias nas últimas 4 horas.
Ele tem 18 anos, saiu com uns amigos e nunca fica sem avisar a mãe onde vai.
Ela é negra, atendida por um policial quase transparente de tão branco que tenta muito não ser escroto com ela, mesmo sendo o tempo todo.
Tempos depois chega o marido dela, mais branco que o primeiro policial. Marido que, inclusive, também é policial.
E os homens brancos se entendem de cara numa das sequências mais escrotas do cinema dos últimos tempos, quando o marido esconde informações da esposa.
Eu ia parar de ver o filme aqui, mas deixei ligado e parti pro twitter, que sempre salva.
Deveria ter parado, porque o filme só piora.
As dr’s são infinitas, entre o casal, com o policial, com o outro policial que chega depois.
Tudo. No mesmo. Cenário. Escrito por alguém que parece que precisa exagerar tanto nos diálogos que eles parecem ter sido escritos para uma plateia de crianças de 12 anos de idade, de como cada frase é tão explicadinha.
Mesmo sendo um filme pequeno, com uma produção bem barata, todo o dinheiro gasto foi mal gasto, foi demais pra entrega.
A peça é estrelada pela Kerry e o resto do elenco é o mesmo do filme. O que torna tudo mais difícil porque a direção parece esquecer que eles não estão em um palco mas que agora fazem um filme e que por vários momentos a câmera está a 10 cm de seus rostos. Detlhes, né.
Pra piorar tudo de vez, American Son tem o pior final do ano, o final mais sub aproveitado de todos, depois de tanto chororô no filme.
A Netflix tá se mostrando aquela que dá um passo pra frente e dois pra trás.
E o pior: a estreia semana passada do serviço de streaming da AppleTv+, que em princípio seria um grande concorrente da Netflix, começou mal, com séries bem ruinzinhas.
Assim sendo, o reino das séries e da TV continua com a Rainha e Diva de sempre: HBO.
NOTA: 1/2