Gay Chorus Deep South é o filme que mais me fez chorar em 2019.
Chorei emocionado, sentido, dolorido, chorei porque não tem como não chorar.
Saí da sessão da Mostra soluçando, querendo abraçar alguém.
O documentário nos mostra a brava turnê de um coral gay de São Francisco pelo sul racista extremista nazi americano, o Deep South, onde em alguns estados você pode ser preso, ou despedido do emprego só por ser gay.
Por lá, as outras letras do LGBTQ+ nem são consideradas.
E lá se foram os mais de 300 integrantes do San Francisco Gay Men’s Chorus, com medo mas com a vontade de mostrarem pelo menos para uma parte da população que eles não são diferentes de ninguém.
E a viagem é emocionante.
Alguns dos homens fugiram desse mesmo Deep South para onde voltam depois de anos sem contato com suas famílias e os reencontram sob diferentes circunstâncias.
O próprio maestro do coral é um homem que depois de anos casado e com 2 filhos, resolve se separar da esposa e sair do armário.
Sua vida foi totalmente destruída pela Igreja Batista onde ele era o maestro do coral e a principal voz, junto com sua então esposa.
Ele só encontrou apoio em outra cidade, em outro estado, longe de onde vivia e teve que aos 50 anos de idade recomeçar do zero.
O apoio que ele teve do SFGMC é o que ele pretende levar para essas cidades tão preconceituosas. O que ele pretendia com essa turnê era mostrar que eles levam o amor através da música, que eles querem a paz, a boa convivência com todo mundo, não importando nenhuma etiqueta social.
Só que isso é exatamente o que o sul nazista americano não quer. Eles são intolerantes, não suportam a ideia de convivência pacífica com nenhum tipo de diversidade.
E as histórias são reais, acontecem em frente às câmeras do diretor.
Não tem como não se emocionar com esse ato gigantesco de amor ao próximo, de tentativa de diálogo e de quebra de tabus.
NOTA: 1/2