Já assistiu Dolemite do Eddie Murphy na Netflix, né?
Então já pode ver a estreia do final de semana do canal, O Rei, o filme com a história mais inglesa de todas sem nenhum ator inglês nos papéis principais.
Mais ou menos.
O Rei conta uma das histórias que mais alegria dão a Inglaterra, a vitória na batalha de Agincourt contra o franceses, feito do jovem Rei Henrique V, um beberrão que não queria nada com nada e que assume porque não tinha como recusar.
Por causa dele mesmo, de seu passado nada nobre, todo mundo quer tirá-lo do poder, principalmente os eternos rivais franceses que estão prontos para começarem uma guerra.
O filme é baseado na obra de Shakespeare, mas deveria dizer que é baseado de longe, bem de longe.
No filme, o Rei inglês é vivido pelo americano Timothée Chalamet, que está bem no papel, mas que não tem potencial suficiente para ser um Rei desse nível.
O príncipe francês que tenta detonar o jovem Rei inglês é vivido pelo inglês Robert Pattinson, o novo Batman, ex-vampiro. Sim, um inglês com a peruca mais ridícula de todas fazendo um sotaque francês de stand up. Difícil achar um ator francês para o papel, pessoal?
O filme super inglês é escrito e dirigido por australianos.
Joel Edgerton não só é roteirista como produtor e tem o melhor papel do filme, como o braço direito do Rei que só abre a boca quando tem razão. (falei que Shakespeare tá longe).
Obviamente que não porque é um história inglesa que o filme deveria ter sido feito por ingleses. Mas é que é tão longe dos ingleses que me incomodou bastante. E isso se vê no filme.
Tudo é muito lindo demais, perfeitinho demais, sem os sotaques ingleses caipiras toscos.
Além do mais, as quase 2 horas e meia de filme priorizam tanto o inútil que coisas boas como a princesa vivida pela Lily-Rose Depp quase passa desapercebida.
Domingo fim da tarde, primavera quente, Dolemite já visto, dá pra se entreter com O Rei sem pretensão nenhuma.
NOTA: