June e John é o novo filme de um dos diretores mais criativos de todos, o francês Luc Besson, que nos deu Imensidão Azul, Subway e O Quinto Elemento, filmes que mudaram o papel da França no cenário mundial. Ele sempre tentou vender a ideia de que ele na França construiria uma nova Hollywood. O que não rolou, mas que por um bom tempo deu esperanças de que uma nova usina criativa poderia existir fora do poderio dos EUA.
Se tudo deu errado ou não deu tão certo por vários motivos, principalmente porque Besson falou mais do que fez, seu novo filme June e John é a pá de cal em uma carreira que fez história.
Se Luc Besson um dia gastava milhões e milhões de euros e dólares e tudo o mais que podia (e não podia), este filme novo ele deve ter feito com 300 reais.
E June e John é 300 reais caro demais.
O filme é o projeto secreto de Besson, feito durante a pandemia, filmado com iPhone, com um elenco medíocre, tadinho do casal e com um roteiro que deve ter sido escrito depois de filmarem, porque o que a gente assitiu agora, escondido depois de tantos anos, é vergonha.
O filme é uma cópia mal feita e mal escrita de Depois de Horas do Scorsese, o classicaço onde um perdidão Griffin Dune fica perdido por Nova York uma noite inteira sem saber o que está acontecendo com ele.
Aqui o caretaço coxa John , que trabalha em uma empresa escrota, não arruma namorada por isso tudo, se encanta um dia com uma mulher de cabelo colorido que vê no metrô depois de perder dinheiro e documentos e seu carro e quase o emprego.
Ele fica fascinado pela peruca porcaria da June, vai atrás dela nas redes sociais e quando a encontra, ela não desgruda mais do caretão porque diz que só tem mais alguns dias de vida. Como ela sabe? Ela viu em um sonho em que morria o dia e o horeario exatos no releogio dela.
O tonto cai na lábia da fofa e o filme começa a ir por um caminho meio Amor À Queima Roupa, sem o cool do filme do Tony Scott, sem o cool do casal do filme original, como se a Record fosse adaptar o roteiro do Tarantino para uma novela dos Mutantes.
A personagem principal do filme, June, a doidinha que diz que vai morrer e não tem moral nem vergonha nem medo, é uma caricatura tão mal escrita de todas as personagens desse tipo do cinema que eu fiquei com pena da atriz Miranda Price, que esreia no cinema nessa porcaria de filme.
Luc Besson se auto referencia o tampo todo já que a grande maioria de seus filmes é sobre mulheres fortes e corajosas, destemidas, mas que erro. Ele diz que teria dinheiro para fazer um curta e resolveu fazer um longa. Eu digo que ele deveria ter ficado quieto em casa durante a Pandemia, quando filmou isso, o que nos teria poupado de ver cenas esdrúxulas como a SWAT sendo enganada pelo casal malucão da forma mais idiota possível.
Nem Os Trapalhões foram tão toscos.
NOTA: 1/2