Que filme difícil de assistir esse filme, senhordemisericórdia.
Só Nós Dois é um drama francês que na verdade é o pior pesadelo de todos, onde um mulher vai descobrindo aos poucos que seu namorado/companheiro/marido é um belo de um filhodapoota abusador dos infernos.
E o pior!
Ou melhor.
O filme é estrelado por dois dos maiores nomes do cinema francês, a minha atriz preferida Virginie Efira, musa das musas e pelo inacreditável Melvil Poupaud.
Ela é Blanche, uma mulher incrível que um dia conhece Grégoire, um homem bonitão e bem charmoso que bem devagarzinho vai conquistando o coração dela.
Só que para isso ele vai mais devagarzinho ainda, com todo o seu poder desgraçado, manipulando a mente e a vida de Blanche que quando menos espera está casada com o cara.
O grande problema do filme (ou como disse, o seu ponto alto) é que nós espectadores vamos percebendo tudo desde o início e vamos sofrendo antes até de Blanche. Como geralmente acontece na vida real.
Quem está de fora, o observador, geralmente enxerga as coisas ruins antes de quem as sofre.
E também como na vida real, o espectador não pode fazer nada, porque quando tenta avisar ainda ouve um “não, você não está entendendo, não sabe como é, é o jeitinho dele, é muito amor”.
Só Nós Dois contempla todos os estágios do relacionamento tóxico radical, aquele que desde sempre acaba com as vidas das mulheres, psicologicamente e muitas vezes, fisicamente, o que vai transformando o filme de um romance inicial a um drama familiar, depois um drama psicológico e logo vira um horror da vida real, desesperador, desconcertante.
E de novo, a gente assiste passivamente, desesperadamente porque vemos o quanto o tal do Grégoire vai se mostrando cada vez pior, mais violento.
Só Nós Dois é difícil, é duro, é cru e é real, principalmente para nós em um Brasil que sofre com uma pandemia de feminicídios, uma coisa horrorosa.
Então se você tiver estômago e conseguir assistir um filmaço como esse, não perca.
NOTA: