Assistindo Mars Express eu consigo chegar a conclusão sobre o meu bode atual sobre filmes de animação.
Eu não odeio filmes de animação, como vinha achando ultimamente.
Eu não aguento mais esses filmes fofinhos, de bichinhos falantes, com lição de moral, com final feliz, com vilão se fudendo e heroizinho se dando bem.
Caguei pros bichinhos.
Mentira, amo os bichinhos.
Mas filme de animação pra mim é Mars Express. Ficção científica cyber punk, que se passa em Marte no século 23, cheio de putaria, sexo, drogas e rocknroll.
A história é sobre o assassinato de uma jovem sendo investigado pela investigadora particular Aline Ruby e seu parceiro andróide Carlos Rivera em Marte, depois de ter voltado da Terra por ter prendido uma terrorista.
Mars Express parece ter saído das páginas da Metal Hurlant, a versão francesa da revista Heavy Metal, a Bíblia da ficção científica, do cyber punk, dos melhores ilustradores e roteiristas do final do século XX.
Nas páginas dessas revistas, e aqui em Mars Express, tudo era ousado, desde a criação física dos personagens às roupas que eles usavam mas principalmente com uma liberdade moral e filosófica que vinha diretamente da cultura pop sessentista e setentista vista sob os olhos do futurismo, da ficção científica, misturada à comédia, ao drama e principalmente ao suspense.
O filme tem suspense, mortes, robôs prostitutos e prostitutas, vilões, gente perdida, só não tem mocinho porque nesse mundo de HQs fantasiossas, o que menos se acha são mocinhos e mocinhas.
Estilisticamente Mars Express também parece ter vindo diretamente daquela época, como se fosse um filme perdido e encontrado nos escombros de um cineclube alternativo destruído por um terremoto 50 anos atrás.
NOTA: