Eu tô com esse filme há tanto tempo na fila pra ver e sempre vou postergando por qualquer motivo que eu quase desisti de ver só por achar que algo me dizia que seria uma bomba.
Mas não é.
É um filme maravilhoso como um povo quis/tentou vender? Longe disso.
Um Prícipe é um drama gay bem do normalzinho mas que o diretor Pierre Creton, com todas as suas forças e poderes criativos, tentou transformar em um filme estranhão, meio David Lynch, quase surreal mas que na verdade, quando a gente acha que vai enveredar pelo caminho bizarro, não vai, nem fica, nem volta.
E tá tudo certo.
O filme conta a história de Pierre-Joseph, um estudante de horticultura, que se joga fortemente nos braços e nas camas de seus professores, seus patrães, seus tutores e todo mundo que aparecer em sua frente. E quanto mais velhos, melhor para Pierre-Joseph.
Nas mãos de um Bruce La Bruce da vida, ele colocaria o novinho Pierre-Joseph em cenas de sexo explícito com os homens da melhor idade e daria um charme especial ao filme, como ele já fez em Gerontophilia.
Mas Creton é mais sutil, mas melancólico e até mais esotérico, se posso chamar um filme mais contemplativo, meditativo, onde o personagem principal gosta de beijar mas gosta talvez mais ainda de falar de plantas e flores com os homens que beija.
E gosta mais ainda de refletir, já que o filme é contado com a odiada locução em off, que pra mim sempre estraga tudo, mas que aqui é levada a um quase extremo interessante, o que faz de Um Príncipe uma pequena joia em seu estado mais bruto possível. Provavelmente em seus próximos filmes o diretor Creton consiga polir esse seu ótimo ofício e nos entregar um diamante reluzente.
NOTA: