Tive uma sensação bem estranha ao assistir Bark.
O filme começa com um homem amarrado a uma árvore, pelas mão, por trás, como vemos na imagem congelada do trailer abaixo.
Eu vi e falei “caramba, já vi esse filme, conheco super essa imagem e não vai dar bom”.
Nolan Bentley, o homem, parece ser um tadinho, pela sua cara de espanto, sem saber porque está no meio da floresta com os braços pra trás, presos, amarrados a uma enorme árvore, sem água nem comida por perto, o que faz com que depois de poucos dias ele comece a delirar. Bastante.
No meio dos delírios, um homem chega e arma um pequno acampamento ao lado da árvore onde Nolan está preso e age como se fosse bem normal ter um homem amarrado em uma árvore ao seu lado.
O que acontece dali pra frente é um joguinho psicológico tão bizarro e que vai aumentando de intensidade bem devagarzinho que dá raiva até.
Bark é aquele filme que a gente não acredita no que está vendo, não acredita que a história está nos levando pelo caminho que nos leva e melhor, ou pior, não acredita que o diretor é tão bom que só com duas personagens, num espaço restrito, sem mudança de cenário, consegue nos prender e nos torturar (ops) da forma que Bark nos tortura.
Ah, quando eu achei que já tinha assistido Bark, depois dos minutos inicias que foram familiares (e ainda não entendi o porquê), o filme começou a me surpreender de tal forma que eu tive certeza que era tudo novo.
Diferente do que achava, que para realizar um roteiro tão “arriscado” como esse precisaria de 2 atores no mínimo geniais, longe de mim desmerecê-los, aqui o geniozinho é o diretor Marc Schölermann.
Schölermann tinha em mãos um orteiro certinho, redondinho, sem buracos e o melhor, sem spoilers, nem easter eggs (as dicas escondidas pela história). O diretor transformou com maestria um huis clos, uma história fechadinha em um ambiente fechadinho em uma corrida tensa, desesperada, mas daquelas que não saem do lugar e que se demorar demais, começa a sair fumaça dos pneus, de tanto queimar borracha, só que no melhor dos sentidos.
Aliás, a gente fica esperando sair fumaça e pegar fogo porque o que assistimos não é fácil.
Bark é tenso, desesperador e claustrofóbico, mesmo que a história se passe no meio de uma floresta, só pra você ter ideia de quanto o filme é incrível.
E sem spoiler mas: que final, meu povo, que final!
NOTA: