Liza Minnelli é uma Deusa, né?
Eu sempre meio que comparei a vida dela com a vida da Elizabeth Taylor, só pelo que eu lia e via por cima, sem nunca ter me aprofundado tanto quanto deveria.
Assistindo este documentário, Liza: A Truly Terrific Absolutely True Story, só confirmei minha teoria, tanto porque recentemente também assisti o documentário da Liz: as 2 foram das maiores estrelas de todos os tempos e ambas tiveram vidas bem desgraçadas, sofreram fisicamente, mentalmente mas entregaram tudo o que podiam.
E no caso de Liza, ainda pode, já que semanas atrás ela foi homenageada na final da temporada mais recente de Ru Paul’s Drag Race, onde esteve ao vivo, com seu senso de humor e sua genialidade à flor da pele.
A grande arma deste documentário é ter a própria Liza (with a Z) contando sua história, ou melhor, suas histórias, confirmando e negando “lendas” e confirmando o quanto ela sempre foi fofa e exigente, usando seu charme e bom humor para ensinar, por exemplo, ao diretor de fotografia como ela gosta que a câmera seja posicionada para ela se sair melhor, em seu melhor ângulo.
O documentário vai a fundo nas histórias que conhecemos, nas histórias que não conhecemos e principalmente nas imagens até então inéditas de vários momentos icônicas da carreira de Liza.
Umas das melhores/piores sequências do filme é quando vemos Liza no palco ao lado da mãe Judy Garland em Londres, sendo mais ovacionada que a mãe e Judy quase batendo na filha ao vivo e a cores, quer dizer, em preto e branco.
Ver a filha de 2 dos maiores nomes do cinema, da dupla dinâmica da Warner, crescer sob os maiores holofotes, sempre na mira da imprensa, é de cortar o coração tanto quanto foi ver Liz Taylor alguns anos antes. A crueldade do mundo a respeito dos famosos, como vemos hoje, sempre existiu e se a gente acha que hoje é ruim por causa dos celulares e das redes sociais, décadas atrás era tão ruim quanto porque essas crianças prodígio que viram adolescentes e jovens famosos, sem apoio para tal, é vista aqui sob um outro ponto de vista, o de que Liza sempre foi uma mulher que valorizou muita a família e os amigos, que são seus amigos de vida, de quem ela não larga a mão de forma nenhuma, o que acaba sendo uma lição linda que poderíamos seguir.
Liza: A Truly Terrific Absolutely True Story é grande, é bem feito, é bem documentado, é cheio de novidades e o melhor de tudo, é muito justo e gentil com sua estrela, Liza Minnelli, Liza com z (laiza), não Liza com s, porque Liza com s é Lisa (leesa), como diz o hino feito para a jovem, que acabou virando o primeiro programa especial sobre um artista da história, transmitido ao vivo, com números musicais, que acabou virando referência para programas vindouros, como o também icônico especial do Elvis Presley, que a gente vê no filme do Luhrman.
Último e talvez mais importante detalhe: Liza é uma das 21 pessoas (só!) que portam o título de EGOT, vencedoras do Emmy, Grammy, Oscar e Tony, os 4 principais prêmios da indústria do entretenimento dos EUA, relativos a televisão, música, cinema e teatro.
E em um detalhe super pessoal, Liza é a estrela de Cabaret, um dos melhores e maiores filmes da história, um dos meus preferidos, daqueles que eu vi 500 vezes, tenho cópias e mais cópias, disco, cd, dvd, blu-ray e por aí vou.
Que o amor de Liza, que sua sabedoria, que o carinho que ela sente por seus próximos, sejam lições como dizem suas amigas mais próximas, como Mia Farrow, que serve quase como uma segunda narradora do filme, meio que o grilo falante do diretor, a pessoa que confirma tudo e que dáa opiniões incríveis sobre sua amiga de infância.
NOTA: 1/2