Drama gay holandês bem sério e quase pesadinho, bem holandês mesmo.
And Someone Else é sobre um garoto de 17 anos abertamente gay que depois de levar um pé na buda do seu namorado, começa a sofrer muito e seus pais, que dão toda a força pra ele, sugerem que ele, em férias, comece a acompanhar seu pai no trabalho.
O pai é um marceneiro daqueles bem bacanas, que fazem móveis diferentões e como trabalha sozinho, com ajuda esporádica da esposa, fica feliz em ter o filho por perto para ajudá-lo.
Só que… Sempre tem um só que.
O garoto um dia fuçando no computador da marcenaria, entra no email do pai e descobre que ele vem trocando mensagens com um homem que já foi seu namorado por um bom tempo.
E ao que parece, o pai está super animado por voltar a ter contato com o ex, que também está casado, está tentando ter filho e também está interessado em bem devagar, reencontrar o amor antigo.
O garoto fica chocado. Revoltado até.
E sua revolta passa por primeiro não saber que o pai também era gay, por achar que o pai está traindo a mãe e por não entender como o pai consegue viver essa vida dupla.
Por tudo isso ele vai ficando mais distante do pai e começa a conversar muito com a mãe, até ter coragem de contar o que sabe, o que é ótimo porque a mãe explica o passado deles e como eles chegaram até onde chegaram com a família contituída.
And Someone Else fica um pouco ambíguo demais nas intenções por insinuar, mesmo que bem de leve, uma espécie de homofobia do filho para o pai. O que acaba se misturando com uma sensação de inveja e repulsa ao mesmo tempo, já que o adolescente, por menos que saiba, quer ser o único gay da família e o centro das atenções de sofrimento amoroso.
Não por acaso o filme me fez pensar em um personagem de Little Britain, onde o genial Matt Lucas vivia Daffyd, o único gay de sua cidadezinha. Ele se vestia com couro, roupas fetichistas, ia ao bar, ao supermercado e dizia para todo mundo que ele era o único gay da região. Mas quando contavam pra ele que fulano era gay, que ciclano era gay, ele ficava bem revoltadinho.
Claro que este filme não é comédia mas a sensação de egocentrismo é a mesma.
NOTA: 1/2