O Filho do Tatuado: Jornada para Auschwitz é uma porrada no estômago.
Mas daquelas esperadas, porque não poderia ser diferente com um filme com esse título.
Mesmo assim, mesmo que a gente contraia tudo, se prepare física e mentalmente, o que a gente vê nessa hora de filme é pesado demais.
Me fez chorar, me fez soluçar e mais que tudo me fez ter cada vez mais ASCO de quem se identifica com o nazismo, com esse neo nazismo da extrema direita escrota, de mulher que usa tiara de flores como as nazistas, de secretário de Estado que recria fotografia nazista para um depoimento em vídeo, com gente que minimiza o holocausto e pior de tudo, pra gente que diz que o nazismo é de esquerda, querendo se esconder atrás de uma mentira que com certeza nem eles mesmos acreditam.
Aqui acompanhamos a jornada de Gary Sokolov, filho de Lali Sokolov, um dos judeus que trabalhou como tatuador no campo de concentração nazista de Auschwitx-Bikernau na Polônia, provavelmente o mais infame e o mais famoso de todos, onde hoje é um museu e que ainda tem aquele pórtico na entrada dizendo ö trabalho te libertará”, como se lá fosse um campo de trabalho e nnao de extremínio.
Gary conta que seus pais demoraram para lhe contar que eles tinham sido prisioneiros em Auschwitz, que o pai tinha sido tatuador, que a mãe não sabe como saiu de lá viva. Depois de saber disso, Gary conta que passou a entender melhor seus pais, as depressões, as brigas, a vida nada tranquila que eles levavam e o porquê deles terem se mudado da Europa para a Austrália, “o lugar mais longe de casa que podiam encontrar”.
Isso tudo causou um trauma muito grande em Gary, tanto que ele já foi 3 vezes visitar Auschwitz e nnao teve forças para entrar. Voltou para sua casa, para sua família, com mais perguntas e dúvidas ainda.
Mas desta vez a jornada foi aos poucos.
Gary sai da Austrália direto para a Hungria, até a cidade de seu pai, tentar entender como foi sua vida antes da Guerra, já que ele por exemplo nunca tinha visto fotos de seu pai nem de sua mãe em sua juventude livre.
Gary vai encontrando pessoas importantes pelo caminho, uma mulher que talvez tivesse estudado com seu pai, a casa onde ele cresceu e que está prestes a ser demoliada, a casa da mãe, pessoas que foram contemporâneas do casal até que chega ao campo, preparadíssimo psicologicamente, depois de ter tido esses encontros e várias “aulas” sobre a vida antes dos nazistas e principalmente entendeu os porquês de tudo, inclusive do amor de seus pais, de como eles se reencontraram depois da libertação pelos russos.
O filme não só é emocionante mas é principalmente uma aula de história através das vidas de 2 pessoas que sobreviveram muito pelo amor que cresceu em meio à barbárie, à desgraça, à destruição.
NOTA: