Ah que filminho lindinho.
Filminho porque deve ter custado o preço de um uniforme do novo filme dos super heróis da Marvel que flopou lindamente, porque A Balada de Wallis Island é uma surpresa gigantesca, uma ideia genial, baseada em um curta metragem da mesma equipe realizado uns anos atrás.
Lindinho porque A Balada de Wallis Island é um filme sobre amor, sobre paixão, sobre reencontros, sobre novas amizades, sobre estranhezas, com o melhor personagem masculino do ano, Charles (Tim Key, um absurdo de ator), um viúvo que mora na ilha e que contrata Herb McGwyer (Tom Basden), um artista folk que ele tem adoração, para um show, pagando um cachê bem bom.
Mas ao chegar na ilha Wallis, Herb descobre que primeiro o show é só para Charles, até porque lá não mora quase ninguém além do viúvo engraçadão mas super sem graça, que vive fazendo trocadilhos mesmo morando em uma ilha (essa pidada é minha, não tem isso em inglês).
E segundo, para seu desespero, Herb descobre logo depois que Charles também contratou Nell Mortmer (Carey Mulligan), sua antiga dupla, antiga paixão, antiga esposa, que ele não encontra há muitos anos, desde que se separaram.
Os poucos dias que restam para o show da agora dupla vão se passando com momentos de sorrisos amarelos, gargalhadas de doer a barriga, encontros e desencontros e com o (ex) casal fazendo de tudo para que Charles se aproxime finalmente de Amanda, a dona da vendinha local.
Como tenho falado ultimamente, me interessam mais os filmes menos pretensiosos, quase ingênuos, que chegam aos poucos, que vão me ganhando com as histórias únicas, com os personagens maravilhosos e A Balada de Wallis Island é a “encarnação” perfeita da despretensão e da direção mais que acertada, com todas as cenas muito bem pensadas e realizadas, nada fora do lugar, nenhuma cena sobrando e o melhor de tudo, com duração de 1h40min, o que pra mim hoje em dia é a prova de que o filme é bom.
(Quem ainda aguenta filmes de 2 horas e tanto de duração? São raríssimas as exceções)
Eu lembro até hoje quando assisti Vidas Passadas e fiquei chocado com a cena onde o casal se despede em frente a um portão de ferro azul, tanto que achei aquela a cena mais linda do ano.
Por enquanto a cena de 2025 é uma desta Balada, onde o trio Charles, Herb e Nell estão na praia ao anoitecer e soltam balõezinhos onde eles escrevem pedidos. Cada um solta um balão e um drone vai acompanhando as 3 “lanternas chinesas” subindo pelos ares por sobre o mar, coisa mais linda possível.
É com cenas assim que eu me emociono, com a simplicidade aparente do cinema criando momentos únicos, inesperados, que dão um tom totalmente diferente ao filme, levando a experiência a outros patamares.
NOTA: 1/2