Lá nos anos 1990, antes da explosão do maravilhoso O Segredo de Brokeback Mountain, o diretor e roteirista taiwanês Ang Lee já vinha fazendo filmes maravilhosos como o um dos meus preferidos da vida O Tigre e o Dragão (que eu assisti em uma das minhas sessões preferidas da vida em Londres sob um deleirio de febre alta) e um filminho muito do lindinho chamado Banquete de Casamento, que agora refilmaram e relançaram com o mesmo título e mais “problematizador”, claro.
Essa nova versão foi reescrita pelo roteirista principal (e um dos meus preferidos também da vida) James Schamus junto com o diretor Andrew Ahn (de Fire Island).
A história é a mesma só que essa versão problematizadora, o que não é ruim aqui, existe por causa e para os milenials, que se relaxassem mais sofreriam menos.
Mas voltando ao filme, o tal banquete acontece porque Min, um coreano que mora nos EUA e estea com seu visto em vias de expirar, recebe um ultimato da avó que o criou, dizendo que o avio estea exigindo que ele volte para a Coréia para tomar a frente dos negócios da família.
Só que Min é artista plástico, gay, tem um namorado de 5 anos que como ele também não quer saber nada de muita responsabilidade, nem no trabalho, nem no relacionamento.
Mas com esse ultimato, Min faz uma proposta a sua melhor amiga Angela, lésbica, que estea tentando ter um filho com a esposa em tratamentos que não funcionam e elas gastaram todo o dinheiro que já tinham.
Ele propõe que ela finja ser sua namorada e com ele se case para que primeiro ele consigo o visto de residência e segundo ele consiga convencer sua família que sua vida é nos EUA ao lado da amada.
Em troca Min oferece pagar o próximo passo do tratamento de fertilização da esposa de Angela. E ela topa.
A grande coisa do filme é que o banquete de casamento coreano, bancado pela avó de Min, que chega nos EUA e de cara percebe todo o esquema para enganá-la, ao mesmo tempo que é o ponto central do filme, é também só uma bela desculpa para que os dramas dos 4 amigos, 2 casais, mais a avó, mais a mãe de Angela, mais o bebê que está por vir, sejam discutidos em uma pequena colcha de retalhos linda demais, como as colchas de retalhos que Min cria em sua arte.
O Banquete de Casamento é cheio de detalhes e sutilezas que quase passariam desapercebidas pelos mais desatentos, como por exemplo, o momento lindo quando a avó percebe que a arte do neto, feita a partir de retalhos tem tudo a ver com a empresa de roupas da família, algo que nem Min tinha percebido em sua totalidade.
Apesar de todos os pesares dos milenials e de suas esquisitices de vida, esta nova versão de uma das histeorias de amor mais legais do cinema é muito bem dirigida a partir do roteiro perfeito, sem falhas, sem cena sobrandoo, sem cena faltando e com um elenco principal de 6 atrizes e atores increiveis, que parecem que nasceram para fazer esse filme.
Sim, eu amei mesmo!
NOTA: 1/2