O bom do streaming nos dias de hoje é que a gente acha filmes e séries que a gente ama ou que a gente tinha esquecido que ama por nem lembrar de sua existência mas principalmente, na minha opinião, o bom do streaming nos dias de hoje é porque encontramos muito documentário sobre o lixão da sociedade.
Como é o caso do documentário O Rei do Fígado, que a Netflix sugeriu pra que assistisse essa semana.
Coincidência ou não, foi exatamente na semana que outro lixão da sociedade, a “influenciadora” bilionária foi a CPI da Bets e pagou de tadinha, de ignorante, de não saber onde se meteu ao assinar o contrato da “desgraça alheia”, onde ela ganha 30% de todo dinheiro perdido em apostas de seus seguidores.
Coisa de gente de quinta categoria que torce para que os pobres sejam mais pobres, percam dinheiro, para ela ser mais rica e sim, bilionária, que usa jatinho para ir de Goiânia a Brasília (longe, né), que se despe da personagem rica e sofisticada e vai fazer papel de ingênua na CPI de óculos, camisetinha com nome da filha, cara lavada, cabelo lavado, confundindo o canudinho do copo plástico de água com o microfone e tendo lapsos de esquecimento quando inquirida sobre seus contratos e ganhos.
Claro que sem esquecer que tudo o que ela usou no picadeiro que ela mesma criou para si próprio, logo depois do show de horror, está a venda em seu site com 71% de desconto. Eu acho que pra ela ser mais engraçado poderia ser um desconto de 171%.
Como eu dizia, no mesmo dia desse circo bizarro, já com o estômago revirado, fui assistir o documentário do Rei do Fígado e se não achasse que pudesse haver algo mais tosco que o show da bilionária, errei feio. Eu subestimo a raça humana, não aprendo.
O tal do Rei é um americano (claro) totalmente bombado, gigantesco mesmo, daqueles corpos disformes, com uma barbada desgrenhada comprida, boné com seu logotipo, armas douradas nas mãos, com milhões de seguidores nas redes sociais que compram o estilo de vida do homem “primata”, do cara que mora no mato e se alimenta do fígado e dos testículos frescos dos bois que ele cria para se alimentar.
E se alimenta in natura: ele mata os bichos e lá no meio do pasto, com sua esposa e seus 2 filhos adolescentes com seus rostos pipocados de espinhas purulentas, agradece os cadáveres a oportunidade do alimento e grita com o fígado e os testículos em mãos.
Isso tudo para provar que ele era um moleque magrelo que sofria bullying e que com esse estilo de vida natural, virou uma máquina de músculos, um monstro da genética pura, sem esteróides, sem vitaminas, sem bomba, tudo pela natureza.
E assim o Rei do Fígado ficou montou um império milionário vendendo suplementos, invejado por toda comunidade dos fortões, principalmente porque ele anda pra cima e pra baixo semi nu, de shortinho jeans e sem camisa.
Até que um dia “vaza” um email de uma compra fora do comum de “juice”, de “bomba”, de esteróides que ele usa indiscriminadamente e que foram os responsáveis pelo corpo de monstro que ele dizia que veio da vida saudável que levava.
E assim mais um mito foi desbancado, mais um(a) influenciador(a) foi desmascarado(a), mais uma história milagrosa foi atirada à lama, porque não adianta vender a alma ao diabo dos bilhões e depois vir com o papo furado de que a pessoa é adulta e responsável por seus atos, que ela só faz a publicidade do jogo que vicia, tira dinheiro que o pobre não tem, sua dignidade e sua vida, eventualmente.
NOTA: 1/2