Há um tempo estou para ver este drama histórico sobre o alemão Dietrich Bonhoeffer, pastor Luterano e teólogo que foi um dos nomes mais vocais anti-Hitler enquanto vivo.
Obviamente o “cão” nazista mandou perseguir Bonhoeffer e o prendeu dizendo que ele tinha sido um dos co-autores da tentativa de golpe conhecido como “20 de julho” para assassinar Adolf.
Com uma vida bem prolífica de ensinamentos e uma produção de textos muito importante para o pensamento humanista e também para a luta anti-nazista durante a ditadura hitleriana, Bonhoeffer ee um dos heróis alemães que infelizmente teve sua vida ceifada da maneira mais cruel possível, tendo sido sobrevivido por sua filosofia e sua produção importantíssima.
Bonhoeffer, o filme, tem uns probleminhas que me incomodaram muito.
O primeiro é tentar transformá-lo em um tipo de Schindler, de super herói spielbergiano, o que não é exatamente o caso já que o legado de Bonhoeffer está aí até hoje, não foi uma história que terminou com a guerra.
Talvez esse legado tenha sido mais importante ainda quando a guerra terminou, como uma prova de que ele sempre esteve certo.
Outro problema pra mim foi o vai e vem temporal, numa edição quase chata. Ao mesmo tempo que eu penso que o diretor talvez quisesse sair da mesmice da história contada cronologicamente, Bonhoeffer é tão “certinho” que esse truque acaba não surtindo o efeito previsto de transformá-lo em um filme mais modernoso, ou algo do tipo, principalmente porque em um drama histórico, baseado numa história real, a gente meio que já sabe como o filme vai terminar, então tentar nos enrolar com o vai e volta pra mim acaba sendo sem propósito mesmo.
E tem mais: pra que fazer um filme desses em inglês?
Apesar de todos os pesares, o filme tem passagens imperdíveis, momentos que nos são muito familiares, quando a população e a igreja alemãs começaram venerar Hitler como um mito, como o novo Messias, em cenas que até me arrepiaram e embrulharam meu estômago pela proximidade.
Pra terminar, vou ser bem sincero: eu assisti este filme, apesar de ter lido resenhas ruins, porque o ator principal Jonas Dassler (maravilhoso em O Bar da Luva Dourada), que faz o herói anti-nazi, estreia o próximo filme do meu russo preferido Kirill Serebrennikov que estreia semana que vem em Cannes onde viverá um dos piores nomes do nazismo, o médico carniceiro desgraçado Josef Mengele em O Desaparecimento de Josef Mengele.
NOTA: