Outro dia eu pedi aqui mais drama, disse que os EUA não estavam fazendo filme pra gente chorar.
Como eu vou reclamar desse que é o desespero em forma de filme?
Um Pai Para Lily é um bando de personagem com vidas desgraçadas, quase um documentário tudo baseado na história real da diretora Tracie Laymon, tadinha.
A Barbie Ferreira (a atriz brasileira que tretou feio em Euphoria) aqui vive a Lily do título, uma jovem mulher perdidaça, com o pai mais desgraçado da história do cinema (quase) que prefere as namoradas à própria filha, um dia navegando pelo Facebook, depois do pai mandar ela embora de sua vida, descobre um homem com o mesmo no me do progenitor uó.
Bob Trevino, vivido pelo grande John Leguizamo, é um homem casado com uma mulher bem tadinha que gasta o dinheiro que eles tem e que não tem fazendo aqueles álbuns de recortes que os americanos sem nada pra fazer adoram fazer, os scrapbooks.
Ele é quase que um escravinho na construtora que trabalha, com um chefe escrotão e por isso tudo, tem uma vida de mierda.
Quando recebe o pedido de amizade da Lily, ele encontra ali uma nova possibilidade de amizade, mesmo que seja de uma jovem que nem mora perto de sua casa, mas é algo, melhor do que o nada que ele tem hoje.
A jornada de amizade de uma jovem relegada pelo próprio pai, que procura em um estranho total o carinho/amor/afeto que nunca teve, é de uma tristeza gigante.
Pra mim é muito complicado sentir dó, eu acho que é um dos sentimentos mais complicados e eu senti dó de todo mundo nesse filme: da Lily, do Bob, do pai da Lily, da esposa do Bob, todo mundo girando em torno de uma história desesperada de aceitação, por personagens desesperados, que aceitam migalhas e se contetam com quase nada.
Parabéns pra diretora Laymon que criou um pequeno universo de fim de carreira familiar. Triste.
NOTA: 1/2