Eu JURO que queria ter amado este drama histórico Limonov: O Camaleão Russo, o mais recente filme do meu russo preferido, o diretor Kirill Serebrennikov, de A Esposa de Tchaikovsky, A Febre de Petrov e meu outro preferido O Estudante.
Obviamente tô doido pra ver seu novo filme que estreia em Cannes este mês, The Disappearance of Josef Mengele. Já li o livro e tô preparado pra porrada que vem.
Mas o filme do Limonov não rolou.
O cara foi um poeta russo underground, figura polêmica, militante revolucionário, agitador cultural e o cara que se virava como podia, tendo sido inclusive mordomo de milionário em Nova York.
O filme se passa pelos anos 1960’s e 1970’s e tem uma estética que tenta emular a estética da época, o que por um lado seria bem interessante mas aqui me cansou quase que imediatamente.
Em meia hora já não aguentava mais ver imagens com cara de super 8 filmada muito bem feitas com uma pós produção boa mas não o suficiente pra um olhar um pouco mais acostumado.
O filme tenta criar uma personagem maior que a vida, o que provavelmente tenha sido em seus anos onde fez o que podia e o que não poderia ser feito, um cara que tentou, conseguiu pouco e errou muito mais, acabou em prisão na Sibéria, se mostrou um comunista anti comunista, um radical de carteirinha, amante de mulheres lindas, homens “de rua”, se montava, desmontava e a gente acompanhando tudo em um filme que não funciona principalmente porque o inglês Ben Whishaw, que vive Limonov, não funciona aqui.
Aliás, Whinshaw, na minha opinião, é um ator super valorizado, é um cara bom, mas não é esse gênio todo da atuação que querem nos enfiar goela abaixo.
Fisicamente é um cara bem específico, não oferece possibilidades para ser um camaleão que sua cara, seu jeito, oferecem a diretores e produtores. Aqui ele funciona bem mais ou menos, em momentos mais sérios, digamos assim, mas nas sequências que eu achei que ele fosse arrasar, nas cenas de sexo, nas cenas menos comprometidas, Whinshaw deixa a desejar, assim como também deixa a desejar a história do poeta Limonov, que pra ser bem sincero, não foi um cara tão interessante assim na lista de personalidades interessantes do século XX, como o diretor Serebrennikov tentou nos vender aqui.
NOTA: