Hoje quando perguntam pra mim quais meus gêneros de filmes preferidos, ou “que tipo de filme você gosta de ver?”, eu respondo: filme de viagem no tempo, horror caipira e documentário de artistas plásticos.
Pra minha sorte, The Pilgrimage of Gilbert & George é um dos que vai entrar na lsita de melhores documentários.
A dupla e casal e ídolos Gilbert & George, o italiano e o inglês, fizeram um belo estrago na minha cabeça quando os conheci, primeiramente por vê-los explicitamente em sua obra explicitamente gay e bem pornográfica por vezes.
Que delícia poder fazer isso (sim, eu era jovem) e melhor ainda, os caras ainda vendem bem e são sucesso mundial, comercial e popular.
Quer dizer, popular em nível de artes plásticas. São artistas de pop arte, eu acho, não entendo nada de arte, só que criaram em suas mais de 5 décadas de parceria, formas e meios tão específicos e tão particulares que como dizem neste documentário, a gente reconhece de Gilbert & George de longe.
Seus painéis fotográficos gigantes, que foram, com o passar do tempo ganhando cores, saindo do preto e branco inicial, porque eles só sabiam manipular fotografia em preto e branco, ganharam o vermelho do sexo, da violência, da paixão, do amor, do radical.
E aos poucos as cores vieram, junto com o discurso social que só aumenta na obra do casal que sempre esteve à margem do mundo artístico, principalmente do inglês, que primeiro achava que o que eles faziam não era arte, depois achavam que eles não deveriam morar no East End, não deveriam retratar o povo de rua que vivia onde eles moravam, que eles eram gays demais ou gays de menos.
Tudo era motivo para criticá-los e todas as críticas foram provadas erradas e eles contam o quanto eles ouvem até hoje os críticos “pagando suas línguas”.
Pra minha sorte em 2007 eu vi uma exposição gigante, uma retrospectiva da dupla em Paris e eu me lembro de na primeira sala pensar: se eu já gostava desses caras, agora amo com força.
Ver o que eles fazer, entender como fazem e ver ao vivo seus painéis gigantescos é ver o quanto a arte é uma das primeiras formas de felicidade e talvez a mais eficaz, pelo menos pra mim.
Assistir este documentário, assistir The Pilgrimage of Gilbert & George, é confirmar o quanto existem pessoas geniais, únicas, que criam universos únicos e maiores que as nossas vidinhas medíocres, universos que a gente chama de arte e que se a gente aproveitar direito, por lá a gente viaja, vai longe e volta mais feliz sempre.
NOTA: