Ah que saudade que eu estava de um bom indie roots, aqueles sem dinheiro mesmo, com ideia boa e bem doida.
A comédia quase pastelão Little Miss Sociopath tem pouco dinheiro, muita ideia boa e uma realização inteligente, o que acaba sendo o mais importante de tudo.
Clementine é uma mulher tímida, muito na dela, que mora com o pai e a madrasta, que ela chama de mãe e trabalha em uma farmácia ao lado de um homem que é seu extremo oposto, todo falante, cheio de histeorias, que ela chama de galã.
Quando seu pai morre, ela precisa cuidar da mãedrasta que logo depois também morre, o que acaba sendo a liberdade que Clementine tanto esperava em sua vida.
Antes tarde do que nunca.
Agora namorando o pseudo galã barra truqueiro Adam, Clem descobre que a casa que ela pretendia vender e com o dinheiro sair viajando e finalmente aproveitar a vida, foi doada pela mãedrasta com uso e fruto da jovem perdida.
Mais uma decepção na vida, já que Clem fez o que pôde e principalmente o que não deveria para ajudar na morte da mulher que só atrapalhou sua vida desde que ela era pequena.
Ela e o namorado tiveram uma ideia “genial” para ficarem ricoss rapidamente e poderem sumir: usar a casa não-herdada para cuidar de pessoas idosas à beira da morte, sem família, sem ninguém e assim conseguirem que esses idosos deixem suas posses para Clem e o namorado.
Mesmo que pra isso eles precisem ajudar essas pessoas a irem dessa pra melhor, como ela fez com sua mãe.
A Little Miss Sociopata, ao contreario da Little Miss Sunshine, não é fofa, nem esforçada, nem “família, nem nada parecido.
Ela finalmente resolveu viver a vida fora da sombra do pai e da mãe, mesmo que pra isso ela precise ser tão pilantra quanto seu namorado truqueiro, que fica inclusive com medo de Clem e de suas ideias assassinas.
A comédia do filme da diretora Miv Evans é engraçadinha na medida e a perversão de Clementine tambeem fica na medida para não assustar, para não afugentar o espectador. E essa ideia de estar nesses limites de quase exagerar é o trunfo fofo do filme, uma diversão das melhores.
No more miss nice girl!
NOTA: 1/2