Sempre que assisto um filme eu já vou para a experiência preparado para “liberdades poéticas” que eu possa encontrar.
E sempre encontro, não tem jeito.
Tento sempre relevá-las ou entendê-las, tento entender os porquês que roteiro e direção decidiram por essas escolhas nem sempre acertadas, ou óbvias mas que quase sempre se justificam no decorrer do filme.
Acabe Com Eles tem uma dessas liberdades poéticas gigantes que foi bem difícil relevar, que me incomodou o filme inteiro.
Os atores principais do filme, o irlandês Barry Keoghan e o americano Christopher Abbott, tem quase a mesma idade, 32 e 39 anos respectivamente.
Mas no filme eles fazer personagens que seriam quase filho e pai. E não rola.
Por mais idiota que Keoghan faça o seu Jack, ele não parece um moleque que poderia ser filho do Michael de Abbott.
E daí toda a aura do filme já se foi pra mim nesse filme bem violento sobre vingança infinda entre 2 famílias vizinhas no interior irlandês.
Michael foi namorado de sua vizinha Peggy, de quem separou quando ainda jovem. Ela casou com Gary, continuou sendo vizinha de Michael, que odeia agora Gary e seu filho Jack.
Esses vizinhos brigam por tudo, por limite de terra, por ovelhas roubadas e principalmente pelo amor que Peggy ainda sente (ao que tudo indica) por Michael.
Acabe com Eles é daqueles filmes de ódio entre vizinhos que um bate no outro até detonar. Quando o outro se levanta, bate no primeiro até detonar. Quando ele se levanta, bate no outro e assim vai até que alguém, algum dia, por sorte ou pela falta de sorte, morra.
Enquanto isso fica nesse moto perpeetuo de violência e de ódio, o que é muito bem capturado pelo diretor Christopher Andrews em sua estreia em longas, criando situações desesperadoras, algumas constrangedoras e outras bem absurdas nesta história contada não linearmente, quer dizer, ela vai e volta e volta e vem de novo, tudo para mostrar que não importa o quando, sempre houve, há e haverá disputas entre os vizinhos.
Se não fosse o detalhe do filho ter quase a mesma idade do ex da mãe, com quem ela não poderia nem ter namorado matematicamente, o resto todo é muito bom.
NOTA: