Praticamente todo ano eu vejo filme novo do Marco Berger, o prolífico diretor argentino de filmes “quase gays”.
E todo ano eu digo “esse é o último filme do Marco Berger que eu vejo, não aguenta mais o “quase” das histórias dele”.
Mas todo ano quando o hermano lança um filme tô lá eu vendo s´pra passar raiva.
Os Amantes Astronautas me deixou em choque: o filme é bom!
E finalmente tem personagem gay num filme gay de Berger.
Pedro é o gay da história, que chega na casa de um primo na praia para passar umas férias com gente que ele não conhece, todos héteros, inclusive garotas que queriam ficar com Pedro e acham “que ele não tem cara de gay”.
Quem também acha isso é Maxi, o amigo malucão do primo, que conheceu Pedro quando eles eram bem pequenos, se reencontram e não se largam mais nesses dias de férias.
Maxi faz um pedido para Pedro: que eles finjam que são namorados para que a ex namorada de Maxi fique com ciúme e ele consiga alguma coisa com ela.
Como esperado, o filme é um desfile de hétero provocando gay só que neste, Berger tem finalmente um lampejo de inteligência queer e coloca o gay bem esperto provocando o hétero mais ainda, com um texto bom, cheio de metáforas nada óbvias e brincadeirinhas espertas que transforma o “roçar na perna de tesão” em algo mais palpável de acontecer.
Ponto alto do filme é a dupla de atores que fazem Pedro e Maxi, ambos bem talentosos e o mais legal, bem dirigidos por Berger, que com certeza estava muito bem animado ao fazer Os Amantes Astronautas e depois de muitos filmes “nhé”, finalmente entregando um filme com uma conclusão bem favorável.
NOTA: 1/2