Eu geralmente por aqui fico muito, mas muito arrasado quando assisto (e publico a resenha) de algum documentário sobre crueldade de guerras ou crueldade que sofre uma minoria ou mesmo filhadaputagem em geral de gente “grande”.
Fist Bump é um documentário que eu assisti via Slamdance Festival que me deixou muito arrasado por quase todos esses motivos acima.
O único detalhe é que Fist Bump não é um documentário sobre uma guerra propriamente dita, mas o périplo pelo qual passa Marcus Knight é de cortar e estraçalhar qualquer coração, até o mais peludo e sua história acaba quase virando uma de sobrevivência e de guerra contra a hipocrisia americana.
Marcus é um jovem inteligente, comunicativo, que sonha com uma carreira na Broadway.
Marcus tem uma pequena particularidade: ele nasceu com autismo e com paralisia cerebral. Mas nada que o impeça de frequentar suas aulas, de participar de peças e musicais na escola e de sempre estar cantando para aliviar as tensões que o cercam.
Só que, e sempre tem um “só que”, logo que entrou na Faculdade, Marcus foi acusado de importunação sexual por ter pedido um “fist bump”, por ter cumprimentado uma colega de campus com um soquinho e por ter pedido para fazer uma selfie com ela.
Vou repetir.
Marcus Knight, um jovem autista com paralisia cerebral, em seus primeiros dias de calouro na faculdade, foi acusado de importunação sexual por ter pedido para cumprimentar uma colega com um soquinho e por ter pedido para fazer uma selfie com ela.
O documentário da inglesa Madeleine Farley nos conta a saga jurídica onde Marcus e sua mãe Aurora tentam com a maior dificuldade provar que ele é absolutamente inocente dessas acusações que só foram feitas por ele ser uma pessoa com deficiências e também por ser bi-racial, já que Aurora é italiana e o pai de Marcus é negro.
O que para nós brasileiros parece ser o cúmulo do absurdo, nos EUA, a terra do “vou te processar” e vai lá e processa, é uma das coisas mais “normais” de todas.
Por lá, se fosse encosta em uma pessoa sem permissão, você por ser preso por importunação sexual. Imagina que horror seria então pedir pra cumprimentar uma mulher com um soquinho. Em um campus de faculdade. Por um colega de turma. Pior ainda se esse colega for deficiente e “meio” negro.
Isso tudo é pior mesmo, acredite se quiser, porque neste Fist Bump está documentada a saga para a dupla provar a inocência de Marcus e o outro lado, com a faculdade fazendo de tudo para poder expulsá-lo ao mesmo tempo que usa o próprio Marcus como sucesso de pessoa que por lá estuda em anúncios institucionais.
É absurdo atrás de cara de pau. Horror da vida real com H maiúsculo.
NOTA: