Meu grande amigo Ary França, sempre que eu falo de comédias românticas ruins, me manda mensagens dizendo não se conformar com o meu gosto tão amplo, que vai de amar Béla Tarr e esses filmes horrorosos de amorzinho.
Sem querer me justificar mas já me justificando, tem dias que minha cabeça está tão explodindo de cinema, de criar roteiros, de preparar aulas, de revisar o documentário novo para encontrar falhas milimétricas antes de lançar, que eu piro.
E ao invés de ficar um dia sem postar resenha e fazer vídeo e “quebrar” a hashtag que eu criei #1filmepordia, prefiro assistir uma porcaria qualquer pra desanuviar.
Tem gente que relaxa com filmes de ação do (urgh) Mel Gibson ou do seu filho, outros relaxam com filmes de luta dos Van Dammes da vida, outros preferem filmes de vingança nível Liam Neeson.
Eu já prefiro uns filminhos tranquilinhos fofinhos que eu já sei como vão terminar, com o casal junto no final.
Claro que todas essas outras opções a gente também sabe como vão terminar, com o Gibson salvando o mundo, ou a cidade, ou a casa ou a escola ou a igreja. Ou com o van Damme quebrando todo mundo, matando meia dúzia e virando o (anti) herói da parada toda. Ou com o Liam matando o vilão caricato em honra de sua filha e esposa que foram por ele sequestradas e mortas cruelmente enquanto vídeos eram feitos e enviados ao tadinho do irlandês.
Sim, eu sou um romântico cinematográfico compulsivo, quero ver a mocinha sofrer por um erro de comunicação do mocinho que ao invés de contar a história real enrola e mente e daí temos mais uma hora de filme para que o rolo seja desfeito e resolvido.
No caso desta bobagem francesa, a lua de mel de Lucas é invadida por sua mãe já que ele é largado no altar pela noiva idiota e vai com sua progenitora para um hotel em uma ilha paradisíaca onde eles resolvem mentir que são recém casados para não perderem os mimos que receberiam.
Claro que dá tudo errado, ele se apaixona pela instrutora loira gata de esportes radicais, a mãe mesmo casada se interessa pelo véio capitão truqueiro do barco de passeio e por aei o filme vai com sequiencias constrangedoras saídas das melhores compilações dos Trapalhões.
Mas no final eu relaxei, dei uma ou outra risadinha com a Rossy de Palma que faz a gerente animada do hotel e já tá bom.
Daí vem um espírito de porco e me manda mensagem “melhor não postar nada se vai falar dessas porcarias”.
E eu bem educado repondo “queridinha, quem resolve o que é melhor ou pior postar aqui sou eu mesmo e a minha saúde mental agradece e muito”.
NOTA: Dó!