A Julie que permanece em silêncio do título é uma jovem jogadora de tênis que treina muito e é a promessa de uma escola de elite belga.
Nesta escola o principal treinador e mentor de Julie é afastado sob acusação de abusos, depois que uma das alunas comete suicídio e deixa áudios que o comprometem.
A direção da escola pede para que todo mundo envolvido de qualquer forma com o treinador que fale, que conte suas experiências com ele mas Julie prefere não falar.
E ela, como a queridinha do treinador, a promessa da escola, é tratada muito bem por todo mundo para que não saia traumatizada da situação toda, principalmente porque está pra chegar o momento da prova final para a tenista.
O filme de estreia de Leonardo Van Dijl é um drama psicológico focado totalmente em sua personagem principal, sem dar chances para sabermos o que esteja acontecendo no “mundo real”.
Só sabemos que Julie não quer falar, Julie faz o que quer, Julie é super bem tratada em casa e na escola, seus “nãos” são totalmente acatados sim, porque ela é uma grande promessa.
Mas Julie também é uma adolescente bacana, tem a cabeça no lugar, boa amiga e boa filha.
Só que ficamos com a pulga atrás da orelha o tempo todo, o que é na verdade o grande trunfo muito mal utilizado pelo diretor Van Dijl.
Faltou mergulhar na alma da personagem, nos escuros de sua mente, nos momentos de solidão onde ela relaxa e para de sorrir.
Faltou drama no drama, faltou o psicológico, faltou a ousadia de um roteiro bem escrito mas mediano em uma história cheia de possibilidades mas com uma preguiça cinematográfica inacreditável.
Bonitinho mas muito ordinário.
NOTA: