Não, não E não.
Tem hora que eu não me conforme como vocês, ou eles, ou aquele tanto de gente, conseguem cair nesses truques.
Eu não me canso de ler que A Verdadeira Dor é delicado, sutil, emocionante, engraçado, com um roteiro genial, direção inovadora e um Kieran Culkin como nunca vimos antes.
Vamos começar do fim.
Culkin repete aqui no filme do Jesse Eisenberg a mesma atuação, na cara de pau, sem medo de ser feliz, de quando ele foi Roman Roy em Succession.
Aqui ele repete o homem perdido, que não sabe, ou melhor, não quer aceitar que já é adulto e continua se portando como um adolescente irresponsável.
Só que em Succession ele era um bilionário filho de um dos homens mais poderosos dos EUA e aqui ele é Benji Kaplan, esse homem que se comporta como um moleque irresponsável que vai com seu primo David (Jesse Eisenberg) para a Polônia visitar a casa que sua avó cresceu.
Apesar de estarem viajando tudo, como prometeram para a avó ainda viva, os primos são extremos opostos.
Tudo de doidinho irresponsável que tem Benji, seu primo David tem de responsável e careta e chato. Eles cresceram juntos, foram se distanciando com o tempo e as memórias que os unem são cada vez mais apagadas e distantes.
Acontece que essa viagem, que poderia ser uma viagem pra Praia Grande, porque no final das contas a ida a casa da avó não fez a menor diferença para a história, essa ida a Polônia acaba abrindo os olhos de ambos os primos e quem sofre com a presença dos dois e com o comportamento deles é a turma dessa trip tétrica que tem que aguentar principalmente o chato do personagem do Culkin, que de novo, é um personagem que pra quem assistiu os anos todos de Succession, como eu, está acostumado e conhece como a palma da mão.
Mais uma vez Jesse Eisenberg faz o papel dele mesmo em um filme que ele mesmo escreveu. Mais uma vez a gente vê que ele não é bom ator, gente, ele só se repete, tem a mesma fisicalidade, mesmo tom de voz falando, mesmos trejeitos que conta histórias diferentes da mesma forma, do judeu que vai chorar pela avó ao Lex Luthor do Super Homem, sempre com a mesma postura e o jeito meio Woody Allen de falar, que inclusive o colocou em um filme fazendo o próprio Woody Allen.
A Verdadeira Dor é ter que aguentar a pretensão do roteiro e da direção de Jesse Einsenberg que faltou em todas as aulas de como fazer um bom filme. Eu costumo dizer que um filmeco desses está onde está por cota. Se o diretor fosse um zezinho qualquer que tivesse estudado cinema e não tivesse um Culkin exagerado até dar medo, A Verdadeira Dor não passaria nem em Sundance.
NOTA: