O zeitgeist é uma coisa maravilhosa, não é mesmo?
O tal do espírito da época ou o sinal dos tempos, sempre me deixa chocado.
Quem diria que logo depois de lançarem um filme como A Substância viria do outro lado do mundo um filme como Grafted, que poderia ser considerado o irmão perdido pobre do hollywoodiano. E pra completar, foi lançado em Sundance essa semana Together, o filme que está sendo chamado de A Substância de Dave Franco.
Só que o pobre de Grafted, no caso, fez com que esse filme fosse o mais inventivo possível.
Na Nova Zelândia da diretora Sasha Rainbow, o body horror está mais vivo que nunca.
Wei é uma garota chinesa que depois da morte do pai, um cientista malucão que inventou um regenerador de pele absurdo, vai morar com a tia na Nova Zelândia e por lá consegue uma bolsa de estudos em uma universidade renomada onde ela pretende continuar as pesquisas de seu falecido progenitor.
O professor meio galã que dá estágio para Wei descobre as anotações do pai dela e fica doido achando que vai revolucionar a medicina moderna.
Só que Wei, a garota genial, consegue resolver a fórmula do pai, consegue corrigir o erro que o matou, e usa as “gotinhas milagrosas” para se fazer passar pelas lindas e populares da faculdade.
Mas o rastro de sangue que vem com isso é de deixar A Substância orgulhosa.
Enquanto no filme da Demi a ideia é da luta contra a idade, contra a obsolescência humana, aqui o problema a questão também é estética, com a diferença de algum resquício de ética e moral de suas 2 protagonistas.
A francesa Coralie Fargeat, cheia de dinheiro para fazer seu filme, decupou A Substância a partir de todas as referências possíveis de filmes de horror clássicos, inclusive tendo produzido vídeos pelas redes sociais de comparações entre o queridinho da temporada e O Iluminado, principalmente.
Já a diretora neo zelandesa Sasha Rainbow foi para as cabeças e rodou seu filme como um puro “produto” do melhor cinema de horror B. De Bem feito.
Grafted, Exnxertado, é trash, é gore, é sanguinolento, é amoral e tem um elenco principal tão interessante que Hollywood deveria rever como lida com seus elencos jovens em filmes de estudantes.
E que bom que temos a Shudder com olhos e ouvidos abertos aos chamados aterrorizantes de filmes de todos os cantos do mundo.
NOTA: 1/2