Que filme lindo e que filme doido. Ou melhor, que história doida.
Este documentário venceu o prêmio de inovação no Festival de Sundance 2024 com razão. O diretor Johan Grimonprez encontrou a melhor forma possível para contar a história do assassinato do primeiro ministro da República Democrática do Congo em plena Guerra pelo poder das minas de urânio do país, material primordial para a construção da bomba atômica.
O que aconteceu foi que a CIA, o escritório de “filhadaputagens” do governo dos EUA armou esquemas absurdos de cortinas de fumaça para agir dentro do país africano sem levantar suspeitas.
Uma das armações foi a de levar shows de Louis Armstrong para lá, enquanto esquemas absurdos iam acontecendo ao fundo da temporada que Satchmo lá esteve e o foco ficou voltado para o maior músico de jazz de todos, visitando a África pela primeira vez.
Tempos depois, quando Armstrong descobre que ele foi usado pelo governo, ele vocifera aos 4 ventos que vai abrir mão de sua cidadania americana e vai viver em Gana.
A estética de Trilha Sonora Para um Gole de Estado é seu grande trunfo. Mostrar o poder e a influência que o jazz tinha noas décadas de 1950 e 1960 e como essa influência foi usada da pior maneira possível é um tapa na cara do governo dos EUA e uma das maiores vergonhas já cometidas pelos ianques, já que eles usaram na maior cara de pau artistas negros, os maiores e mais populares da época, como fachada para darem golpe de estado em país africano e para acabar politicamente e claro que economicamente com outros do continente.
Ver artistas como o baterista Max Roach e a vocalista Abbey Lincoln invadirem o conselho de segurança da ONU em protesto à morte do líder congolês Patrice Lumumba é uma aula do que deveria ser feito nos dias de hoje em face a tanto absurdo acontecendo por aí.
NOTA: