O mexicano El Eco, um documentário com um pezinho na ficção, me deixou tão impressionado que por uma grande parte do filme eu achei que estivesse presenciando a vida daquelas pessoas in loco e não assistindo o filme na minha casa.
El Eco é uma vila remota em Puebla, uma parte nada turística mexicana onde as tradições ainda são muito conservadas e vividas por seus habitantes, sendo que as crianças, durante a mudança radical de estações, cuidam das ovelhas e dos idosos.
Como ovelhas e os idosos são partes fundamentais para o bom funcionamento da vila, essas crianças acabam muito cedo aprendendo a sobreviver a secas radicais e frios intensos com o conhecimento aprendido com os anciãos a ponto de se comunicarem quase que por telepatia uns com os outros e quando querem, com seus pais.
O modo de vida bem específico àquela região nos é mostrado através dessas crianças que entendem de pontos nevrálgicos da nossa existência como morte, amor, problemas com doenças não da mesma forma que nós aprendemos, aos poucos, em nossas vidas bestas de quem vive em cidades grandes, mas sim através de experiências reais vividas em suas poucas idades, de formas nada convencionais.
El Eco poderia ser um tipo de documentário meio que da mesma linha do meu super preferido Honeyland, principalmente pela forma delicada e muito sábia que sua diretora Tatiana Huezo conta sua história com sobriedade, através de uma fotografia soberba, criando quase que por acaso imagens dignas de porta retratos onde vemos as almas de seus “personagens” sair da tela.
NOTA: 1/2