Michel Gondry é um diretor de cinema e clipes e comerciais que eu admiro muito e que eu não consigo entender a carreira.
Explico.
O cara criou e dirigiu videoclipes icônicos de uma lista de artistas icônica, reinventando o fazer do videoclipe.
Este documentário, Do It Yourself, tem entrevistas e depoimentos de muitos destes artistas, de uma lista que vai de Björk e Chemical Brothers a Rolling Stones, passando por Daft Punk, The White Stripes, Beck e Kylie Minogue.
Gondry conta neste doc que seus clipes sempre foram elogiados mas nunca “ajudaram” as músicas a virarem hits. Quando ele conversa com outro dos meus diretores favoritos, o americano e seu sócio Spike Jonze, Gondry diz que fez um monte de clipes da Bjork, mas foi só Jonze fazer um que a trajetória da islandesa deslanchou.
Gondry é um cara genial, ligado a criar linguagens, usar formas diferentes no contar histórias e só teve um sucesso gigantesco: ele venceu o Oscar de melhor roteiro por seu filme Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças.
O detalhe é que este filme foi escrito por Charlie Kaufman baseado em uma história de Pierre Bismuth, que colaborou no roteiro junto com Gondry e por isso os 3 receberam suas estatuetas.
Todos os outros longas que Gondry dirigiu não foram sucesso como Brilho Eterno, justamente porque foram filmes independentes, escritos só por Gondry e feitos do jeito que ele queria e isso é exatamente o que me deixa com a pulga atrás da orelha e me fez pensar em uma teoria que pretendo desenvolver: será que existem artistas que “precisam ser domados” para “melhorarem?
A gente sabe o quanto isso é feito nas indústrias das artes em geral mas um filme como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças não é necessariamente um filme palatável, fácil de engolir e mesmo assim explodiu, para espanto de muitos.
Certeza é que Michel Gondry é um dos diretores mais inventivos vivos e este documentário comprova e tenta explicar um pouco sua mente brilhante cheia de lembranças.
NOTA: