Felizão que Ghostlight vai passar na Mostra de São Paulo @mostrasp
Quando recebi esse filme um tempinho atrás eu deixei largado, sem muita vontade de ver. E quando finalmente assisti, caí de quatro. Que filminho mais pesado e mais lindo. Chorei. De verdade. Há tempos não chorava vendo um filme, nem lembro quando foi a última vez.
Ghostlight é um dramão, escrito e dirigido por uma preferida minha (que eu nem sabia que era tão versátil), a atriz Kelly O’Sullivan do ótimo Saint Frances.
Aqui ela conta a história de Dan, um operário de construção que vive um momento muito deprimido de sua vida, que em princípio a gente não sabe qual é. Aliás, nem é só Dan, sua esposa Sharon e sua filha Daisy também não estão bem, principalmente a adolescente Daisy que não para de dar trabalho na escola, pior que uma adolescente normal.
Meio que por acaso, Dan é chamado para participar de um grupo amador de teatro que está montando Romeu e Julieta com um elenco de adultos, não necessariamente atores e aos poucos Dan vai se sentindo à vontade no grupo, que acaba servindo como uma terapia para o bronco.
Terapia que sua filha faz e tenta convencê-lo a participar sem sucesso mas que aos pouquinhos, bem aos pouquinhos, vai ajudando Daisy.
Enquanto isso Dan vai percebendo, através de Romeu, que ele agora vive, que todo o pesar que vive em família tem uma ligação estranha com as palavras de Shakespeare, o que pode ser de grande ajuda para ele e consequentemente para sua família.
Ghostlight é duro, cruel às vezes, mas é um daqueles filminhos pequenininhos que dão um nó na nossa cabeça de percepções óbvias com um personagem tão profundo quanto Dan, que passa por tanta coisa em 2 horas de um roteiro tão bem escrito e tão bem realizado que por vezes eu achava que Ghostlight fosse um documentário, principalmente por não conhecer o ator principal, nem ninguém do elenco.
Uma curiosidade boa é que Dan é vivido por Keith Kupferer, ator amigo da diretora Kelly, pra quem ela escreveu o personagem. Daí Keith trouxe sua filha para viver a filha de Dan no filme e logo depois, sua esposa Tara para viver a esposa de Dan. Isso com certeza trouxe uma intimidade à família do filme que faz Ghostlight o absurdo de #alertafilmão que é.
Outra curiosidade linda que é quase um spoiler: o filme tem uma cena de casamento incrível, onde o “padre” canta Stand By Me, fazendo meu coraçnao desmanchar, além de todo o desmanche já causado pelo drama e a dor vividas por Dan e sua família em Ghostlight.
NOTA: