Calma, calma.
Este Maria ainda não é o Maria da Maria Callas, da Angelina Jollie. Esse só vejo semana que vem na abertura da Mostra de SP.
Este Maria estreou em Cannes este ano, é uma biopic francesa sobre a famosa infame Maria Schneider, a jovem atriz que estrelou ao lado de Marlon Brando um dos maiores escândalos da história de cinema, O Último Tango em Paris de Bernardo Bertolucci.
Este Maria poderia (e deveria) ter sido um ótimo filme mas é só propaganda, panfletário, chato, metido a cool e ainda por cima não tem uma diretora boa o suficiente para criar um filme moderninho com atriz olhando para a câmera, quebrando a tal quarta parede.
Erro total. E uma grande perda de oportunidade.
Maria Schneider vivia com sua mãe super abusiva e quando se aproxima de seu pai “desaparecido”, um ator famoso, se interessa pela carreira, pela vida em família e acaba conseguindo o papel ao lado de Brandon no filme de uma das promessas do cinema, o italiano Bertolucci.
Hoje sabemos, e no filme vemos, que Maria foi brutalmente abusada durante as filmagens, que a infame cena da manteiga foi feita sem que ela soubesse ou aprovasse.
E a gente sabe que principalmente por causa dessa cena, o filme virou um escândalo, Bertolucci ficou famoso, Brandon era o Brandon e a jovem Maria foi escorraçada publicamente.
Neste filme nós vemos o quanto esta fama não desejada acompanhou Maria o tempo todo, para o bem de vez em quando e muito para o mal. A gente vê o quanto Maria não tinha condições de segurar a onda dessas fama ao contrário.
Vício em drogas pesadas, jogações, problemas em conseguir atuar em filmes de diretores como Buñuel, ter que aguentar outros diretores que tentavam que ela ficasse nua em seus filmes, nada ajudava Maria ter a carreira que ela merecia (será?) ou que pelo menos ela queria.
Pena que este filme é raso o suficiente para brandar aos quatro ventos do cinema que “cinema é feito por homens, escrito e dirigido por homens, estrelado por homens e nós mulheres estamos lá para completar os diálogos”, como ela diz em uma entrevista e vira a frase mais importante de mais um filme que vive nessa época chata de criticar e não oferecer solução. E que bom que isso está passando.
NOTA: 1/2