Olha, vou contar uma coisa.
Eu nunca fui muito com a cara da Greta Gerwig, nem quando ela era SÓ atriz e fazia os filmes do namorado e depois marido Noah Baumbach.
Tá, eu até achei Frances Ha legal, ideia boa pra fazer com amigas atrizes mas só.
Antes do boom da Barbie, o casal acabou criando uma trend, uma moda de filmes derivados de Woody Allen que me irritavam muito. Na verdade eu ficava bem impressionado quando terminava de ver o filme, mas depois, pensando friamente, chegava sempre à mesma conclusão de que aquilo era só um arremedo de Allen e ponto final.
As Três Filhas me fez ter mais bode do casal Greta e Noah (casal esse que escreveu Barbie, enquanto Greta o dirigiu) porque o filme é um arremedo do arremedo, é um filme que se passa em um apartamento onde as 3 filhas de um cara que está prestes a morrer em casa, se reunem para cuidar do pai em suas últimas horas de vida, mesmo ele estando já sem responder nem nada.
O diretor Azazel Jacobs, que sempre entregou filmes abaixo do meia boca, aqui perdeu um tempão escrevendo um roteiro auto melancólico, cheio de conversas unilaterais em celulares e cheio de obviedades.
O que me animou a ver o filme foi a escolha bem heterodoxa das 3 atrizes que fazem as filhas do moribundo, as ótimas Carrie Coon, Natasha Lyonne e Elizabeth Olsen. Adoro as 3 e pensei que as possibilidades seriam as maiores.
Quem dera.
Se não pudesse ser mais óbvio Jacobs colocou Carrie Coon como a própria Nora de The Leftovers, a mulher noiada ao extremo, chata demais.
Natasha é a filha maconheira, que anda largada, com a mesma entonação vocal de sempre, andando como se morasse no gueto, louquinha de carteirinha.
Mas Elisabeth Olsen me impressionou muito como Christina, a filha quase carola, com cara de crente e jeito de quem nunca se despiu na frente do marido, algo que nunca tinha visto antes e me fez aguentar o filme até o final.
Boa sorte.
NOTA: