Há tempos que eu não escrevo sobre um média metragem por aqui mas Binary me fezz quebrar o jejum.
Binary é um trans body horror holandês desgraçado que foi por um caminho totalmente diferente do que o filme indicava.
O filme fala de Nisha, uma trans paquistanesa que mora na Holanda e trabalha como dançarina exótica (e a gente sabe bem o que isso quer dizer) para não só pagar suas contas mas também para conseguir arcar com os custos da cirurgia de redesignação.
O primeiro problema é que Nisha tem muitas dúvidas em relação à cirurgia, quer dizer, não em relação à cirurgia em si mas se ela deve ou não realizar a cirurgia, mesmo estando em tratamento hormonal com médico, psiquiatra, psicólogo, tudo bem encaminhado mas a dúvida persiste.
O segundo problema é que achamos (eu pelo menos achei) que Nisha não se sente a vontade nesse mundo de trabalhos exóticos, como se sentem por exemplo suas colegas dançarinas.
E assim a vida da imigrante vai acontecendo, enquanto ela ainda precisa o tempo todo tranquilizar sua família que ela está bem apesar da distância, de não ter ninguém por perto e tudo que vem nesse caminhão de preocupações.
Mas Nisha se sai bem, desviando das adversidades como pode, até que de repente a sua saúde mental começa a entrar em um tipo de parafuso e a dançarina começa a ter umas alucinações e uns incômodos físicos que ela não tem certeza se são reais ou não.
O que deveria ir melhorando com as idas aos médicos e a ajuda que ela recebe de suas amigas, aos poucos vai saindo de seu controle e em uma despedida de solteiro onde Nisha e uma amiga são contratadas para dançar e o noivo descobre que ela é trans, as coisas saem do controle e eu não estou falando dos machos ficarem bravos e querem quebrar tudo, mas sim como Nisha responde à violência.
Filmaço incrível do diretor David-Jan Bronsgeest, que usa a metáfora mais óbvia e mais violenta possível para mostrar como uma trans faz para sobreviver em um mundo de preconceito e intolerância.
NOTA: 1/2