Finalmente assisti o italiano mais amado por todo mundo que eu conheço, o drama de horror ou o horror de drama Ainda Temos o Amanhã, dirigido e estrelado pela grande Paola Cortellesi.
Sem enrolar já digo: odiei!
Quer dizeer, não odiei odiei, mas não gostei não, gente.
O drama é um filme de horror da pior espécie, daqueles que eu não consigo assistir, de marido abusador desgraçado fi0dapoota que bate na mulher, na filha mais velho, nos filhos pequenos e só trata bem o pai que tá morrendo na cama num quartinho do apartamento da família, pai esse tão escroto quanto o filho.
Segurando toda a onda por quase 2 horas está Delia, a mãe perfeita, a esposa perfeita, que trata todo mundo bem, cozinha, lava, passa, limpa e ainda trabalha fora para ajudar nas despesas de casa porque o marido não quer gastar todo o seu dinheiro.
E claro que ninguém dá valor a Delia, nem a filha que ela trata como rainha, nem os filhos pequenos que presenciam a mãe sofrendo nas mãos do pai e acham que esse deve ser o normal.
Adelia tem algumas amigas que tentam ajudá-la como podem, outras que a tratam mal por ela seer como é e assim vai a vida, com ela tentando juntar escondida um dinheirinho pra gastar não com ela, enquanto ela só tem uma blusa toda remendada para usar no dia a dia e para usar inclusive em ocasiões especiais de festa, como no almoço para conhecer a família do namorado da filha.
E a gente sofrendo vendo isso tudo por 2 horas, onde a mulher não tem um momento de paz, de felicidade. E quando tem, quando ela encontra um amor de adolescente, é sempre tão rápido que ela mal tem tempo de sorrir.
O filme é quase um comercial de técnicas boas de cinema: fotografia perfeita em preto e branco (que pra mim não faz sentido), cenários perfeitos do apartamento da família, apesar de enormes para o nível de pobreza deles, direção correta, elenco ótimo, dinheiro bem gasto.
Mas pra mim não tem muito cabimento um filme com esse nível de violência para “justificar” o final apoteótico.
A ojeriza que eu peguei pelo marido acabou resvalando na própria Delia, por toda sua passividade, apesar dela mostrar toda a sua vontade retraída e reprimida.
Sim, eu entendo como a mulher se f0de hoje em dia imagina como sofria 70, 80 anos atrás, mas de novo, não rolou pra mim.
Super entendo todas as qualidades do filme, mas Ainda Temos o Amanhã é mesmo nível de Birdman pra mim, que eu chamo de filme pra publicitário ver e usar de referência, aqueles filmes lindos e ordinários.
Se a diretora quis que as pessoas se sentissem bem mal com o filme para ao final terem a redenção, acertou. Mas isso não é filme pra mim. Gosto de horror desgraçado com a redenção ao contrário, isso sim.
Pode me xingar, mas é meu jeitinho.
NOTA: