Ganymede é um demônio homossexual encruado, inventado pelos crentes americanos.
(na verdade, na mitologia grega, ganimedes era o mais lindo dos seres, um jovem musculoso que deixava todos os homens e todos os deuses doidos com sua beleza)
É o ganymede dos crentes, quer dizer, uma demonização da divindade grega, que entra nos corpos dos jovens LGBTQ que os fazem ter ideias sexuais “erradas”, porque o homossexualismo não existe, segunda esse povo.
Lee, um atleta famoso da escola, bonito, sarado, filho de pais ricos e claro crentes, é gay. Ele sabe, seus pais sabem, todo mundo sabe, mas ninguém ousa falar porque Lee é Lee. Só que ele se apaixonou por Kyle, o gay assumido da escola, que é obviamente um fofo, gente boa e que é educado com Lee, mesmo que os bullies da escola fiquem xingando os 2.
Mas onde entra o tal do demônio no filme?
Pois é, ao invés de ser só mais uma historinha de adolescentes gays se apaixonando na escola, um assumido e outro no armário, os pais de Lee, o do armário, pedem para que um pastor que tem uma pseudo terapia para tirar o demônio do corpo desses jovens. E a prova do sucesso dessa terapia é o próprio pastor, um ex-gay. Sei!
Enquanto Lee vai tomando choques na cabeça do pastor tarado, Kyle tenta ajudá-lo como pode e sofre as consequências de se intrometer nos assuntos da família escrota do bonitão.
Resumindo: Ganymede, o filme, não o demônio, é ruim. E Ganymede, o demônio em si, também é ruim.
Acho que hoje em dia qualquer oportunidade de meter um horror no meio de um filme o povo já se joga, tipo o filme do Lee Daniels de outro dia.
Aqui, se não mostrassem um demônio tosquinho, de máscara de borracha de fantasia de halloween, talvez o filme fosse menos ruim porque toda vez que ele aparecia, eu ria um pouco e pensava “um demônio desse nunca me assustaria e não me faria deixar de ser gay”.
E tem outra: eu acho que no afã de querer fazer um longa, tem gente que filma com meia dúzia de dólares, quando deveriam pensar mais na produção, na fotografia, em como o filme vai parecer no final.
Sem falar no roteiro que aqui é tão básico e tão óbvio que dá até pena em alguns momentos de diálogo, que parecem ter sido criados pela inteligência artificial mas preguiçosa de todas.
NOTA: