Que filme legal esse Tuesday.
MAs um lançamento da A24 que acertou na mosca porque quando eles erram, também erram na mosca.
A Tuesday do título é a filha da Zora, uma adolescente acamada, em casa, ligada a aparelhos prestes a morrer.
Zora não consegue lidar com essa realidade. Sai todo dia pra trabalhar, paga uma cuidadora para a filha e adivinha, está sem trabalho e fica rodando pela cidade para não ter que enfrentar a realidade de dentro da sua casa, a fatalidade que está por vir.
Uma tarde uma arara falante gigante ou minúscula entra no quarto de Tuesday e anuncia que é a morte, que veio buscá-la.
Cônscia de seu destino, Tuesday só pede para que a morte lhe dê umas horas para que Zora chegue em casa e ela possa se despedir de sua mãe ausente.
O que Tuesday, muito menos eu esperávamos, é que Zora não aceita que a arara louca leve sua filha e faz de tudo para ficar ao lado de Tuesday, mesmo não querendo ficar quando poderia ter ficado.
O primeiro trunfo de Tuesday é sua dupla de atrizes, a irlandesa surpreendente Lola Petticrew, que faz a filha, e a mãe, a deusa, a cada vez mais incrível Julia Louis-Dreyfus, de quem eu sempre tenho saudade quando vejo alguma coisa nova com ela.
O jogo das 2 com a morte é incrível e muito bem escrito e realizado pela croata Daina O. Pusić, que aqui estreia na direção com um filme que já mostra a que veio e que eu espero que ela continue nessa pegada em seus próximos projetos.
Um outro trunfo do filme e talvez sua grande virtude, foi a ideia de mostrar a morte como nunca vista em um filme, nem em sua forma, nem em sua filosofia como um ser compreensivo e não só o ser sábio e sem paciência que a gente bem conhece.
NOTA: 1/2