Penalty Loop é uma ficção científica absurda japonesa que me deixou babando de tão tonto que eu fiquei, daqueles que a gente assiste, não entende nada e acha que o diretor no final vai resolver tudo em 5 minutos e a gente vai falar “falou, valeu”.
Obrigado, Shinji Araki, diretor de publicidade e clipes que com este filme com certeza não vai sair mais do cinema.
O filme é meio que uma mistura de Memento com O Feitiço do Tempo. Só que tudo ao contrário.
É uma história que acontece num loop temporal, numa repetição de tempo, só que com todo mundo que participa dessa história, e não só o protagonista, sabe o que está acontecendo, que o tempo está sendo repetido.
A namorada de Jun é morta no início do filme, em um dia que ele pede que ela não saia de casa, que não vá trabalhar. Mas ela vai e morre.
Arrasado, ele arruma uma forma de matar o assassino da namorada ad infinitum, a repetição de penalidade do título.
Ou assim a gente acha, porque o tempo reinicia depois que o assassinato acontece.
E Jun meio que se diverte com isso, cometendo vários tipos diferentes de assassinato, tantos quanto pode. Mas… E sempre tem uma mas.
O incrível do filme é a forma como o diretor Shinji Araki vai “abrindo” sua história, como se Penalty Loop fosse uma alcachofra, onde quanto mais as primeiras pétalas são retiradas do miolo, mais o sabor vai se aprimorando e mais os temperos contidos em seu cerne vão aparecendo.
Para o nosso deleite.
Além do roteiro criado de forma perfeita, a edição de Penalty Loop é daquelas que se destacam de forma muito além do esperado, porque o óbvio seria seguir o ritmo do roteiro mas o filme tem uma edição que também cria emoções e ritmo, o que a eleva a um degrau tão importante quanto o próprio roteiro e a direção, algo tão difícil de se encontrar em filmes gigantes onde quanto mais produtores executivos, mais opiniões são dadas.
Claro, via @FantasiaFest
NOTA: 1/2