Se você entrar no Google e pesquisar por Caligula, o filme, vai aparecer essa frase: “Excesso, violência e corrupção marcam o reinado do famoso imperador do primeiro século em Roma”, sobre o Imperador de mesmo nome.
Esta mesma frase pode ser aplicada ao próprio filme, o famosíssimo e infame Calígula.
Lançado em 1979, Calígula foi banido, proibido, odiado, amado pelo mundo inteiroo, tudo ao mesmo tempo, deixando distribuidores, produtores e principalmente espectadores de cabelos em pé.
O filme produzido por Bob Guccione, o milionário dono da revista Penthouse, uma Playboy mais ousada, digamos assim, resolveu fazer um filme sobre o Imperador romano mais sexual e amoral da história.
Pra isso ele gastou milhões, contratou o famoso e infame diretor italiano Tinto Brass, contratou o famoso e infame escritor americano Gore Vidal para escrever o roteiro e contratou um elenco incrível, encabeçado pelo inglês mais “amado” da época, Malcolm McDowell, e pelos já famosíssimos Peter O’Toole e John Gielgud, e pela aposta e hoje super estrela Helen Mirren.
O dinheiro foi gasto, dizem que muito bem gasto, em cenários gigantescos, em muita pompa, circunstância e cafonalha (culpa do Tinto Brass e sua estética sempre bem duvidosa).
Mas Guccione queria mais, queria, claro, o sexo, no caso explícito, além das cenas onde aparecem aqui e acolá partes pudendas de alguns figurantes, mas nada que satisfizesse o produtor E dono do filme.
Aos poucos o sexo, que pululava no roteiro em texto, historinhas que Calígula se envolvia, começaram a virar explícito, começou a ser mostrado mesmo pelas lentes do filme. Por essas e outras, o diretor Brass e o roteirista Vidal se demitiram e exigiram que seus nomes fossem tirados dos créditos finais de Calígula, que virou um ícone do cinema “clássico” com cenas de sexo explícito, algo inédito até então nesse nível.
O filme virou o que virou, hoje em dia um item de curiosidade, mas alguns anos atrás, o pesquisador e historiador Thomas Negovan foi pesquisar as cenas não usadas na versão final de Calígula, aquela lançada em 1979 e descobriu que tinha muito, mas muito material, o suficiente para ser usado em uma remontagem do filme, quase como o roteiro original pretendia.
E assim temos esse Caligula: The Ultimate Cut, o corte final, um petardo de mais de 3 horas de duração, que mostra como o delírio de alguém, no caso o dono/produtor e pornógrafo Bob Guccione, faz o que quer, como quer e como seria o filme se ele não tivesse delirado tanto.
Eu pra ser sincero gosto muito do delírio pornô do filme e gosto mais ainda de ter assistido essa versão final, já que do império romano eu espero nada menos que dedo no C* e gritaria.
NOTA: