A dupla de diretores Veronika Franz e Severin Fiala já nos presenteou com pelo menos 2 ótimos filmes de horror, Boa Noite Mamãe e The Lodge.
Agora agradeço de joelhos a dupla por seu mais recente horror, The Devil’s Bath, possivelmente o filme de horror do ano. Até agora, pelo menos.
O filme é baseado em uma história passada na Áustria em 1750, onde uma mulher se casa, com um noivo arranjado, e não se dá bem na casa nova, com a família dele, com os vizinhos e o pior de tudo, sofre de amor perdido, de um romance que tinha antes de se casar.
A história toda desse sofrimento é emoldurada pela cena inicial do filme, onde uma mulher “sacrifica” um bebê em uma cachoeira, o tal banho do demônio do título, dando o clima de tensão e desespero pelo qual vai passando Agnes em sua nova vida.
Aos poucos a gente vai entendendo que as pessoas que agora precisam aceitar a esposa de Wolf, porque o casamento já aconteceu, apesar de não ter sido “consumado”, o que faz com que Agnes não tenha paz nem esperança em nenhum momento de sua nova existência.
O clima criado no filme é pesado, daqueles que como dizem “pode-se cortar com uma faquinha de plástico”.
Mas não é um clima que Agnes cria com todas as pessoas à sua volta, que se mostram mais diferentes do que ela mesma poderia ter imaginado. Apesar de ter vindo de um vilarejo ao lado de onde hoje mora, Agnes parece uma total estrangeira, com seu jeito curioso, caloroso, gentil, o que parece ser impossível de ser vivido nesse novo “planeta”.
A sensação de horror iminente, de desgraça anunciada não tira a genialidade do filme nem a surpresa de The Devil’s Bath, que moldado por uma fotografia primorosa nos apresenta uma das heroínas cinematográficas do ano, Agnes, a mulher apaixonado e gentil que é tirada de seu bem estar e jogada em uma vida que não lhe é devida nem merecida.
O horror, quase sempre, está nos enganos.
Mas neste caso, no acerto de The Devil’s Bath.
NOTA: