Faz um bom tempo que não tenho postado filmes gays por aqui por um único motivo: só tenho visto porcaria.
Ou melhor, nem tenho visto porque só apareceram recentemente aqueles filmes que dá pra parar de assitir aos 20 e poucos minutos.
Decepção pura.
Mas o Sebastian veio de mansinho e o filme do finlandês Mikko Mäkelä (do ótimo Amor Entre os Juncos) que mora na Inglaterra e que estreou em Sundance ano passado é bem interessante.
O suficiente para sustentar uma história de 80 minutos, com um final ótimo.
Sebastian é o nome de guerra de Max, um jovem aspirante a escritor que ganha a vida como garoto de programa. Michê. Sex worker. Sabe?
Com uma particularidade: ele só atende homens mais velhos. Bem mais velhos.
O que mais gostei do filme é que Max e seu alter ego Sebastian são exatamente a mesma pessoa. Tanto que Max usa as experiências que tem como Sebastian para escrever seus contos.
Não contos eróticos para revistas ou sites pornográficos mas sim como seu trabalho de estudos na universidade, que é bem elogiado por sua orientadora e por seus colegas.
O problema é que Sebastian acaba atrapalhando um pouco (quase sempre) a vida de Max. Sem que ninguém saiba, claro, já que ninguém sabe mesmo porque o estudante é bem discreto, bem na dele.
E um dia ele recebe um conselho de sua orientadora que o faz abrir os olhos: ela diz que os contos deveriam ser escritos na primeira pessoa e não na terceira.
Ao que Max retruca logo dizendo que aquilo é baseado em pesquisas, que não tem nada a ver com ele e a orientadora diz que ela não pediu uma autobiografia, pediu que o foco da escrita mude.
O diretor Mäkelä constrói seu roteiro sobre essa dualidade de personalidades que não existe, o que deixa tudo mais interessante, porque sentimos uma coisa que não existe e que Mx/Sebastian tenta sentir mesmo entendendo que é cada vez mais difícil não aceitar a realidade.
Drama dos bons, inteligente e bem dirigido, acima da média mesmo
NOTA: 1/2